Kevin Costner e a mulher, Christine Baumgartner: o filme, que estreia sexta-feira nos Estados Unidos, deverá se chamar "A grande escolha" no Brasil (Angela Weiss/AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2014 às 14h33.
Los Angeles - Onipresente nas telas de cinema este ano, Kevin Costner realiza em "Draft Day" o papel mais convincente de seu renascimento, no qual confirma seu interesse em filmes que tratam do esporte, genêro que garantiu a ele atuações majestosas no passado.
O filme, que estreia sexta-feira nos Estados Unidos, deverá se chamar "A grande escolha" no Brasil, com lançamento previsto para 22 de maio.
"Draft Day", dirigido por Ivan Reitman - "Ghostbusters" e "Sex Friends", é o terceiro filme que Costner estreia em quatro meses, depois de de "Operação Sombra - Jack Ryan" e "Três dias para matar".
O filme acompanha o gerente do time de futebol americano Cleveland Browns durante o draft da NFL, dia em que as grandes equipes de futebol americano escolhem os melhores jogadores universitários para transformá-los em profissionais.
Sonny (Costner) aparece pressionado para tomar as decisões corretas para seu clube. Mas em meio ao estresse, precisará responder às perguntas de sua namorada Ali, interpretada por Jennifer Garner, e administrar a presença de sua mãe Barb (Ellen Burstyn) em sua vida.
"Gostei da ideia de um personagem sob pressão desde o início da história, uma pressão que só aumenta", explicou Reitman durante uma coletiva de imprensa em Beverly Hills.
"Não é só a pressão profissional, mas também uma série de questões pessoais que acontecem durante um dia muito difícil e que influenciam o seu pensamento", acrescentou.
Costner parece muito confortável interpretando um homem que é intimidado por muitas coisas, que duvida de suas próprias decisões, mas acaba por ter sucesso.
Seus últimos filmes não convenceram os espectadores, "Draft Day" poderia devolver ao o ator o sucesso que colheu com sua trilogia sobre o beisebol - "Sorte no amor" (Bull Durham - 1988), "O campo dos sonhos" (Field of Dreams - 1989) e "Por amor" (For love of the Game - 1999), assim como a sua incursão no mundo do golfe em "O jogo da paixão" (Tin cup - 1996).
Recordar os pequenos gestos
O filme, com uma estrutura clássica, mas bem escrito e com ritmo, conta com a "bênção" da National Football League (NFL), que autorizou a gravação do "draft" de 2013.
"Acredito que 'Draft Day' pode se tornar um clássico", afirmou Costner, durante a coletiva de imprensa. "Não sei se conseguiremos um grande sucesso de bilheteria, mas acho que ele pode se tornar um filme clássico, que passa de uma geração para outra. Para mim, essa é a marca de um grande filme".
Tom Welling, famoso por interpretar o jovem Superman na série de televisão "Smallville", interpreta um jogador do Cleveland Browns que teme por seu lugar após o "draft" e se opõe violentamente a Sonny pelas decisões tomadas.
Em sua opinião, este momento resume o filme. "Nesta cena estou convencido de que tenho razão, mas no final eu percebo que ele é quem está certo e o que eu deveria deixá-lo fazer o seu trabalho", disse o ator à AFP.
"Todo mundo lhe diz o que fazer, mas sem ter o peso da responsabilidade. Acho que isso é o que o público pode aprender com o filme. As pessoas querem te dizer o que fazer, mas quando você toma uma decisão você é o único responsável", acrescentou.
Costner acredita que para fazer um bom filme de esportes deve-se "eliminar todos os elementos esportivos possíveis. O filme deve falar sobre as pessoas. Não deve ter interesse de impressionar as pessoas com detalhes técnicos".
"Obviamente, o fundo é a NFL. Mas o que Sonny quer é poder dizer a sua mãe que vá ficar com seu pai", relatou.
"E é assim que um filme é bom. Quando ocorrem esses momentos, esses pequenos gestos que não são esquecidos".
"Vemos muitos filmes que nos deixam nenhuma lembrança. E, às vezes, o que nos faz lembrar (deles) é um piscar de olhos", disse o ator.