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Justiça britânica rejeita recurso de Johnny Depp contra The Sun

Considerado "o maior julgamento por difamação do século XXI na Inglaterra", o caso trouxe à tona as sombras do tumultuado casamento entre Depp e Heard

O ator americano Johnny Depp. (AFP/AFP)

O ator americano Johnny Depp. (AFP/AFP)

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Julia Storch

Publicado em 25 de março de 2021 às 09h48.

O Tribunal de Apelações britânico negou ao ator americano Johnny Depp, nesta quinta-feira (25), a possibilidade de recorrer de uma sentença de novembro passado em favor do tabloide The Sun, processado por ele por difamação.

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A estrela de Hollywood, de 57 anos, processou o grupo editor do jornal, o News Group Newspapers (NGN), por causa de uma manchete de abril de 2018. Nela, Depp era apresentado como um "espancador de mulheres", em referência à agora sua ex-mulher, a atriz Amber Heard, de 34 anos.

Depois de um julgamento amplamente coberto pela mídia, o juiz Andrew Nicol, da Alta Corte de Londres, considerou que o que foi publicado "era substancialmente verdadeiro".

Nesta quinta-feira, o Tribunal de Apelações considerou em sua decisão que "as audiências perante o juiz Nicol foram completas e justas e que ele justificou meticulosamente suas conclusões, que não se demonstraram, sequer discutivelmente, que estejam viciadas por qualquer erro de abordagem, ou de direito".

A manchete do The Sun questionava como a escritora britânica J.K. Rowling poderia aceitar este "espancador de mulheres" no filme "Animais Fantásticos", um spin-off do universo mágico de Harry Potter.

Alegando que sua carreira foi ameaçada por esta afirmação, Depp quis limpar sua reputação, mas, em três semanas de audiências em Londres em julho, acabou expondo ao escrutínio público seus excessos com as drogas, assim como seu extravagante estilo de vida. Tratou-se de uma manobra de alto risco, que acabou se voltando contra ele.

E, após a sentença desfavorável, o ator teve de renunciar a seu papel como o vilão Gellert Grindelwad no próximo filme da série "Animais Fantásticos", que agora será interpretado pelo dinamarquês Mads Mikkelsen.

'Maior julgamento por difamação do século XXI'

Tido como "o maior julgamento por difamação do século XXI na Inglaterra", o caso trouxe à tona as sombras do tumultuado casamento.  O protagonista da franquia "Piratas do Caribe" se esforçou para mostrar que nunca agrediu Amber, apesar do relacionamento violento do casal.

Já o NGN baseou sua defesa em 14 supostos casos de abuso de Depp contra a atriz, os quais relatou com riqueza de detalhes ao longo do processo e com os quais acabou convencendo o juiz Nicol de que o The Sun não havia incorrido em falsidade.

O tribunal ouviu histórias chocantes de abuso de drogas, fezes no leito conjugal, suspeitas de infidelidade e um dedo decepado com uma garrafa durante uma briga violenta.

Reconhecendo o abuso de entorpecentes e de álcool, o ator garantiu que, em seus anos de casamento com Amber, drogou-se tanto que "não estava em condições" de machucá-la. Garantiu ainda que nunca agrediu uma mulher, uma afirmação apoiada pelos depoimentos por escrito de suas ex-parceiras Vanessa Paradis e Winona Ryder.

Depp conheceu a atriz de "A garota dinamarquesa" no set de filmagem de de "Diário de um sedutor", em 2011. Casaram-se em fevereiro de 2015 em Los Angeles. O divórcio veio dois anos depois. A atriz então falou de "anos" de violência "física e psicológica", acusações que Depp negou de forma categórica.

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