A Promotoria acusa o médico pessoal do cantor, Conrad Murray, de ter administrado a dose letal do medicamento (Dave Hogan/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2011 às 06h49.
Los Angeles - O julgamento pela morte de Michael Jackson conclui nesta sexta-feira sua primeira semana de testemunhos em uma jornada na qual devem depor os médicos que acudiram à casa do cantor no dia de seu falecimento.
Jackson morreu em 25 de junho de 2009, aos 50 anos de idade, vítima de uma overdose de remédios, especialmente do potente anestésico propofol, que, segundo a Promotoria, foi administrado por seu médico pessoal, Conrad Murray.
O médico, de 58 anos e que se declarou inocente das acusações, é acusado de homicídio culposo e pode pegar até quatro anos de prisão se condenado.
As primeiras pessoas a depor nesta primeira semana de julgamento detalharam a dramática situação vivida na mansão do "Rei do Pop", em Los Angeles, no fatídico dia de sua morte.
Segundo o diretor de logística de Jackson, Alberto Álvarez, testemunha-chave do caso por ser um dos primeiros a entrar no dormitório do cantor em 25 de junho de 2009, o criador de "Thriller" parecia morto sobre sua cama antes da chegada da equipe de emergência.
Álvarez entrou no aposento às 12h20 locais, e o cantor foi declarado oficialmente morto duas horas mais tarde no hospital UCLA de Los Angeles.
A testemunha viu Jackson deitado sobre o colchão com a cabeça voltada para a porta, com os olhos e a boca abertos.
A cena foi presenciada pelos filhos mais velhos do cantor, Prince Michael, de 14 anos, e Paris, de 13, que se mostraram visivelmente abalados.
Álvarez relatou que Murray realizava uma massagem cardíaca em Jackson de forma pouco ortodoxa, usando uma só mão, e que interrompeu a reanimação para recolher frascos de remédios e uma bolsa que continha propofol, supostamente com a ideia de ocultar provas.
Foi esse membro da equipe de Jackson quem chamou os serviços de emergências por indicação de Murray.
Durante esta semana a defesa tentou diminuir a credibilidade das testemunhas apresentadas até agora exclusivamente pela acusação e sustenta que foi o próprio Jackson quem, por supostamente ser viciado em medicamentos, tomou a dose letal de propofol.
Murray deixou o quarto de Jackson durante a manhã do dia 25 para atender uma série de ligações telefônicas quando achava que o cantor dormia.
Os advogados de Murray insistem que o "Rei do Pop" pedia que lhe administrassem propofol para combater sua insônia, uma substância de cor branca que ele chamava de seu "leite".
O julgamento deve durar até a quarta semana de outubro.