Neymar: esse foi mais um desdobramento da polêmica contratação (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2014 às 13h32.
Barcelona - O juiz da Audiência Nacional Espanhola, Pablo Ruz, pediu a Neymar que apresente documentos que comprovem pagamentos feitos pelo Barcelona referentes às remunerações variáveis acordadas, reembolso de despesas ou pagamentos diretos motivados pela sua instalação e de sua família na Espanha.
Esse foi mais um desdobramento da polêmica contratação do atacante, que está rendendo uma grande investigação após o clube espanhol ter sido acusado de ter sonegado mais de 9 milhões de euros na transação que tirou o brasileiro do Santos e o levou ao Camp Nou.
Também nesta quinta, Ruz deixou pendente a possibilidade de chamar o pai do astro, Neymar da Silva Santos, para prestar depoimento para esclarecer o conteúdo de recibos emitidos no ano passado, quando cobrou 5% de comissão pelos salários fixos e variáveis previstos no contrato do atleta.
Além disso, caso seja convocado pela Justiça, ele terá de explicar as faturas firmadas com a N&N Administração de Bens, Participações e Investimentos, empresa de sua propriedade, que também teve participação no processo que levou o atacante ao Barça.
Ruz disse que a decisão de convocar ou não o pai de Neymar dependerá do depoimento do ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell, marcado para a próxima quarta-feira.
O ex-dirigente é acusado de apropriação indébita e foi indiciado pela Justiça da Espanha por causa de sua participação na contratação do jogador, que acabou sendo o pivô de sua saída da presidência do clube, em janeiro passado.
O juiz ainda pedirá que Neymar apresente a data exata em que o Barcelona deverá lhe pagar os 900 mil euros referentes ao direitos de uso de sua imagem na temporada de 2013/2014 do futebol europeu. Ruz deu o prazo de 10 dias para que o atacante apresente todos estes documentos solicitados.
Um mês após a saída de Rosell da presidência do Barça, o clube, com o objetivo de tentar se livrar de punições da Justiça, informou que pagou 13,5 milhões de euros às autoridades fiscais da Espanha, no que chamou de "autoliquidação complementar" de sua dívida tributária com o fisco.
Na época, porém, alegou que já estaria com suas obrigações fiscais cumpridas e que "não devia nada à Fazenda" daquele país.
O próprio Barça, porém, admitiu que os valores totais envolvidos na contratação de Neymar foram bem maiores dos que os inicialmente informados. Em um primeiro momento, disse ter pago 57,1 milhões de euros pelo craque.
Porém, após conselheiros do clube contestarem a negociação, Josep Maria Bartomeu, atual presidente do Barcelona, confirmou o pagamento total de 86,2 milhões de euros nas transações, sendo que dentro deste montante foi incluído um adiantamento pago à empresa do pai do atacante, o que ocorreu ainda em 2011.