Joana d'Arc: ela é considerada heroína nacional da França (Pixabay/Divulgação)
AFP
Publicado em 23 de fevereiro de 2018 às 12h56.
A escolha de uma jovem miscigenada para viver Joana d'Arc na França gerou uma onda de insultos racistas nas redes sociais.
Mathilde Edey Gamassou, de 17 anos, de pai beninense e mãe polonesa, foi eleita entre 250 candidatas para interpretar Joana d'Arc, heroína nacional, nas festas realizadas anualmente na cidade de Orleans (centro).
https://twitter.com/AcRav45/status/966739175830585344
A decisão foi amplamente criticada em sites de extrema direita, com internautas considerando-a "uma tentativa de transformar a história" da França. Os comentários racistas inundaram também as redes sociais.
Bénédicte Baranger, presidente do comitê Joana d'Arc, lamentou a "polêmica" e disse que esta jovem foi escolhida por sua "personalidade interessante".
Além disso, a secretária de Estado encarregada da igualdade entre homens e mulheres, Marlène Schiappa, disse nesta quinta-feira em um tuíte que o "ódio racista (...) não tem lugar na República francesa".
Afirmando seguir as ordens de Deus, Joana d'Arc guiou os franceses em uma batalha contra os ingleses durante a Guerra dos Cem Anos, entre os séculos XIV e XV. Em 1431, foi queimada na fogueira como herege, e anos depois foi beatificada.