Jonathan Anderson: após 11 anos na Loewe, Jonathan Anderson assume a direção criativa da Dior Men (Pascal Le Segretain/Getty Images)
Repórter de Casual
Publicado em 17 de abril de 2025 às 09h10.
Após uma passagem com bons resultados na Loewe, hoje, 17, Bernard Arnault, CEO da LVMH, anunciou que Jonathan Anderson será o responsável pela coleção de junho da Dior Men.
Em 24 de março, a LVMH nomeou os designers Jack McCollough e Lazaro Hernandez, da Proenza Schouler, para substituir Anderson na Loewe.
Além de uma contribuição marcante em questão de estilo, Anderson trouxe resultados monetários positivos para a LVMH, com mais de 2 bilhões de euro em receitas anuais com coleções e acessórios.
Durante sua gestão, Anderson trouxe à Loewe uma estética sofisticada, que mesclava elementos abstratos e sensuais, mas seu diferencial foi a capacidade de criar uma verdadeira "marca cultural", conforme ele mesmo descrevia, com colaborações com artistas como Anthea Hamilton e a inserção da marca no universo cinematográfico, como no filme Challengers, de Luca Guadagnino.
Anderson também trouxe uma valorização e modernização do artesanato com o Loewe Craft Prize e os projetos para o Salone del Mobile de Milão.
Salone del Mobile de Milão: luminária da marca espanhola Loewe. (Divulgação/Divulgação)
A francesa LVMH, maior grupo de luxo do mundo, apresentou na segunda-feira, 14, o balanço do primeiro trimestre de 2025, e afirmou que o lucro caiu 3% em comparação com o período de janeiro a março de 2024, confirmando a desaceleração do setor, em meio a um ambiente econômico de instabilidade. O primeiro trimestre teve um faturamento de 20,3 bilhões de euros e queda de 2% na comparação anual.
Segundo o relatório, os Estados Unidos apresentaram uma leve queda. A divisão de Moda e Artigos de Couro, que conta com marcas como Louis Vuitton, Dior, Fendi e Loewe, caiu 5%. “O Japão registrou uma queda em relação ao primeiro trimestre de 2024, que havia sido impulsionado pelo forte crescimento do consumo chinês no país. O restante da Ásia apresentou tendências comparáveis a 2024”, diz o grupo.
No entanto, a divisão de Vinhos e Bebidas teve a maior queda, com 9% a menos em vendas. Bebidas como o champanhe e o conhaque foram prejudicados pela demanda mais fraca na China e nos Estados Unidos.
O grupo tem se esforçado em apresentar novidades como colaborações e novas linhas para atrair mais consumidores, como o lançamento da nova marca de cosméticos, La Beauté Louis Vuitton, assinado por Pat McGrath.
A Ásia também ganhou destaque para o grupo. Para lá, partiram as exposições Christian Dior: Designer of Dreams, inaugurada em Seul em abril, a exposição Crafted World da Loewe também fez uma parada em Tóquio, e para celebrar o centenário da Loro Piana e seus laços com a China, a Maison realizou sua primeira exposição em Xangai, no Museu de Arte Pudong. A Louis Vuitton também lançou uma coleção de bolsas e ready-to-wear com o artista japonês Takashi Murakami.
Frente às políticas de tarifas de Donald Trump, o grupo diz estar “vigilante e confiante no início do ano e focado no desenvolvimento de suas marcas, impulsionado por uma política sustentada de inovação e investimento, além de uma constante busca pela qualidade em seus produtos, sua desejabilidade e sua distribuição seletiva”.
O anúncio de Trump incluía uma cobrança de 20% sobre peças de moda e artigos de couro europeus e 31% para relógios produzidos na Suíça. Na semana passada, Trump suspendeu a maioria de suas tarifas por 90 dias, estabelecendo uma taxa geral de 10%.O setor se prepara para o que pode ser sua maior queda em anos. No entanto, o mercado de luxo possui altas margens de lucro e está mais bem posicionado do que outros setores para aumentar seus preços e proteger os lucros contra as tarifas americanas.
Delphine Arnault, de 49 anos, a mais velha dos irmãos, é CEO da Dior e membro do comitê executivo da LVMH. Antoine Arnault, de 47, é presidente da Berluti e responsável pela imagem e política ambiental da LVMH. Ele também é CEO e vice-presidente do Conselho de Administração da holding Christian Dior SE, que controla a LVMH.
Já Alexandre Arnault, de 33, é vice-CEO da Moët Hennessy, que reúne as marcas de champanhe, vinho e destilados do grupo. E Frédéric Arnault, de 30, foi nomeado CEO da Loro Piana. Ele assumirá o cargo em 10 de junho. Atualmente, ele é CEO da divisão de relógios da LVMH.
Por sua vez, Jean Arnault, o caçula de 27, é diretor de marketing e desenvolvimento de relógios da Louis Vuitton. Ele é o único que não está no conselho de administração. "Ele tem tempo, é jovem", disse seu pai em janeiro de 2024.
Em julho de 2022, Bernard Arnault perpetuou o controle familiar do luxo LVMH com a reorganização da holding Agache em uma sociedade limitada. A família Arnault detém 49% do capital da LVMH e 64,81% dos direitos de voto. Em 2024, a LVMH alcançou um lucro líquido de 12,55 bilhões de euros e um faturamento de 84,7 bilhões de euros.