Jeremy Lin, jogador do New York Knicks, fez 134 pontos em cinco jogos pela NBA (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2012 às 17h11.
São Paulo – Fogo-de-palha ou o início de uma carreira de sucesso. Ainda não é possível saber em qual situação se encaixa o esportista Jeremy Lin, do time de basquete da NBA New York Knicks. Mas o fato é que o armador de 1,91 metro de altura tem chamado a atenção desde o dia 4 de fevereiro, quando saiu do banco de reservas para o grupo titular.
O fenômeno foi apelidado de "Linsanity" (do inglês, Linsanidade, em uma brincadeira com seu sobrenome). E o neologismo não é para menos. Nos primeiros cinco jogos em que atuou como titular do time, Lin marcou um total de 136 pontos. Nos 10 jogos em que participou no grupo principal, Lin obteve uma média de 26,6 pontos por partida e 9,2 assistências.
Os números impressionam porque, antes de ser escalado pelo treinador Mike D’Antoni, Lin passou por diversas rejeições ao longo de sua vida de jogador. Sem conseguir bolsa para praticar o esporte em uma universidade, o californiano de 23 anos e filho de taiwaneses foi para Harvard, onde estudou economia.
Ele chegou a passar por dois times antes de ir para o Knicks, mas foi dispensado de ambos. Seu nome só foi parar nos noticiários esportivos porque as estrelas Carmelo Anthony e Stoudemire não puderam jogar, abrindo uma brecha para mostrar seu talento. Diante de sua atuação, ele foi elogiado pelo presidente Barack Obama e aplaudido por Woody Allen, além de conquistar outros milhares de fãs.
Contudo, a última derrota do Knicks para o New Jersey Nets por 100 a 92, na última segunda, serviu para levantar os ânimos dos mais céticos. Essa noite foi a de pior desempenho de Lin desde que ele despontou. Na partida, ele marcou 21 pontos e Carmelo Anthony, que voltou às quadras após um tempo machucado, marcou 11.
Enquanto muitos críticos esportivos afirmam que Lin é a nova descoberta do basquete mundial – e que a derrota passada não significou muita coisa, outros dizem que o que ele mostrou até agora não tem nada de novo e pode acabar em pouco tempo. Em artigo do Wall Street Journal, o colunista Kevin Clark afirmou que o jogador não é invencível, já que não possui boa pontaria, não domina tão bem a bola e sua defesa não é das melhores.
Em um artigo sobre o fenômeno, o colunista de esportes Berry Tramel também lembrou que o caso de Lin não é o primeiro na história do basquete. Ele citou a história de Brandon Jennings, atual jogador do Milwaukee Bucks, que também teve dificuldades para entrar para a NBA logo depois do colégio.
Em seus 10 primeiros jogos pelo seu time atual, após passar um ano na Itália, Jennings teve uma média de 25,2 pontos por partida, mas não recebeu toda a atenção que Lin tem recebido.
“Jeremy Lin é um bom jogador, mas toda essa campanha publicitária é porque ele é asiático. Jogadores negros fazem o que ele faz toda noite e não ganham o mesmo reconhecimento”, publicou o lutador de boxe Floyd Mayweather Jr. em sua conta no Twitter.
Aparentemente, o jogador tenta manter a humildade diante das críticas e expectativas. Em entrevista à ESPN americana, ele confessou que às vezes se sente sobrecarregado pela imprensa e que tem consciência de que a queda pode ser tão rápida quanto a ascensão. Por isso, mesmo com todo o barulho, ele demonstra manter o foco no que gosta de verdade, que é jogar basquete.