Ator Daniel Craig posa para foto com atrizes Naomie Harris e Berenice Marlohe durante evento para promover o filme "Skyfall" em hotel no centro de Londres, Inglaterra (Andrew Winning/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2012 às 13h52.
Os criadores do novo filme de James Bond, "Skyfall", têm se esforçado para combinar os valores da velha escola que tornaram 007 um sucesso ao longo dos últimos 50 anos com vários costumes modernos para manter o espião relevante em um mundo pós-Guerra Fria.
O 23º filme oficial de Bond, que tem sua estreia mundial em Londres nesta terça-feira, traz Daniel Craig em sua terceira atuação como o agente secreto de sua majestade, com o diretor britânico Sam Mendes fazendo sua estreia na franquia.
O enredo também coloca a veterana atriz Judi Dench, 77, no centro da ação, como a chefe de Bond M, e conta com o ator espanhol vencedor do Oscar Javier Bardem como um vilão estranhamente extravagante e de cabelos loiros tingidos.
Marcando os 50 anos da estreia do primeiro filme de Bond, "Dr. No", em Londres em 1962, Skyfall presta homenagem aos apetrechos de Bond, o seu gosto por carros velozes e mulheres bonitas e introduz humor suficiente para suavizar o tom.
Mas o filme também procura mostrar por que o Bond moderno ainda é relevante em um mundo onde a tecnologia é tão importante para as redes de espiões internacionais quanto os humanos.
"Ele era um produto do seu tempo e nós vivemos em uma época diferente e espero que este filme reflita o tempo em que vivemos", disse Mendes a jornalistas em uma coletiva recente.
Ele afirmou que o filme serviu para responder a perguntas sobre a relevância da agência de inteligência estrangeira da Grã-Bretanha (MI6) e do personagem de Bond agora que a Guerra Fria acabou.
"Estamos falando de valores antigos, que é o que o filme defende --honra, confiança, amizade, coragem-- e de certa forma isso está profundamente fora de moda", disse Mendes.
A tensão entre os métodos atuais de inteligência, que dependem mais dos satélites e de rastreamento de computadores do que a abordagem tradicional de detetive de Bond acrescenta um grau de tensão para o 23º filme do espião fictício criado pelo escritor Ian Fleming, disse Craig à Reuters em uma entrevista.
"Bond está muito mais dentro do campo antigo, que diz que você tem que ir e olhar as pessoas nos olhos e fazer perguntas diretamente. E aí temos o choque dos mundos", afirmou Craig.
Em "Skyfall", que apresenta uma nova canção-tema cantada por Adele, Bond viaja entre Istambul, Xangai e Londres enquanto sua lealdade a M é testada quando o passado dela volta para assombrá-la e enquanto a MI6 fica sob ataque de uma ameaça desconhecida.
Craig como o Bond moderno dá à audiência toques de vulnerabilidade que contrariam a conhecida petulância dos 007 passados. Em "Skyfall", ele rapidamente descobre que é dispensável, está envelhecendo e é forçado a enfrentar os fantasmas de sua infância.
O famoso charme de Bond e sua disposição para usar mulheres para satisfação pessoal lhe renderam uma parcela de críticas ao longo dos anos. Mas os fãs ainda vão reconhecer o Bond das antigas, disse Craig.
"As mulheres estão ali para satisfazê-lo, acho que ele ainda acredita nisso. Mas se colocar mulheres fortes na frente dele, então vai haver algum atrito", disse.
"Mas eu meio que tenho que me prender ao seu chauvinismo um pouco, porque eu acho que isso torna as coisas mais interessantes", acrescentou ele.
O público não pode "ser muito politicamente correto sobre isso", disse Craig, "É uma piada. Todo mundo já entendeu a piada esse tempo todo. Tem a ver com criar faíscas, você quer faíscas. Morte é sexy. Perigo é sexy. Tem a ver com colocar todos esses elementos nisso."