O consumo de larvas é seguro, disse órgão europeu (Bloomberg/Bloomberg)
Daniel Salles
Publicado em 14 de janeiro de 2021 às 09h49.
Última atualização em 14 de janeiro de 2021 às 20h26.
Os insetos estão mais perto dos pratos europeus.
A larva da farinha seca de besouros é segura para o consumo humano como larva inteira e como aditivo em pó, disse na quarta-feira o órgão de vigilância alimentar da União Europeia sobre um pedido do criador de insetos francês EAP Group SAS - Micronutris, agora conhecido como Agronutris.
O parecer da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA, na sigla em inglês) é um primeiro passo antes que as autoridades considerem se aprovam a venda de salgadinhos, barras de proteína, biscoitos e outros alimentos que contenham insetos como ingredientes.
A decisão dá impulso para o negócio de criação de insetos, que a empresa de pesquisa Arcluster prevê que multiplicará por dez, ultrapassando US$ 4,1 bilhões globalmente até 2025. Os insetos emergem como fonte mais sustentável de proteína graças ao seu menor impacto ambiental e alto valor nutricional, atraindo financiamento recorde de capital de risco e atenção de gigantes como Cargill e Nestlé.
“É um marco claro e importante para todo o setor”, disse Antoine Hubert, cofundador da francesa Ynsect SAS, que cria larvas de farinha e planeja se expandir em nutrição esportiva. “Haverá um efeito bola de neve. Isso aumentará o potencial para investir em mais capacidade e atrair mais financiamento para apoiar o crescimento.”
Esta é a primeira avaliação do risco de insetos como alimentos pela EFSA com sede em Parma, Itália, que tem outros 14 pedidos de autorização pendentes para insetos - de grilos a gafanhotos. A agência também disse que as reações alérgicas às larvas da farinha são possíveis, por isso mais pesquisas são necessárias.