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Itália recorda o extraordinário e revolucionário Abbado

Itália classificou como extraordinário o diretor de orquestra Claudio Abbado, que morreu nesta segunda


	Claudio Abbado, diretor de orquestra: para Abbado, a música servia de "resgate social"
 (Alexandra Winkler/Reuters)

Claudio Abbado, diretor de orquestra: para Abbado, a música servia de "resgate social" (Alexandra Winkler/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2014 às 09h55.

Roma - A Itália classificou como "extraordinário" o diretor de orquestra Claudio Abbado, que morreu nesta segunda-feira em Bolonha aos 80 anos, e recordou sua personalidade "revolucionária", sempre disposta a promover a música clássica entre os mais jovens.

Em um breve comunicado, a família informou que Abbado morreu "serenamente" às 8h30 locais (5h30 de Brasília), após ter cancelado todos os seus concertos dos próximos dias.

"A batuta revolucionária", diz em sua edição digital o jornal "La Repubblica", ao lembrar as críticas de Abbado ao "egoísta sistema econômico atual" e seus elogios ao sistema venezuelano, que criou centenas de pequenas orquestras no país.

Para Abbado a música servia de "resgate social" e sua experiência na Venezuela, em 2010, onde dirigiu a Orquestra Juvenil Simón Bolívar da Venezuela, permitiu que confirmasse que "a música salva os jovens da criminalidade, da prostituição e das drogas".

Abbado tinha sido nomeado senador vitalício da Itália em 30 de agosto e seu salário era destinado à Escola de Música da pequena cidade de Fiesole, na região central da Toscana, seu último gesto para promover a música clássica.

Por isso, um dos primeiros a lamentar a morte do mestre foi o secretário-geral do Partido Democrata e prefeito de Florença, capital da Toscana, Matteo Renzi, que destacou "sua generosidade com a cidade" e sua "extraordinária grandeza".


Durante sua vida, Abbado realizou dezenas de projetos para levar a música clássica às prisões e pediatrias de hospitais, ao considerar que "a educação musical é, na realidade, a educação do homem".

"Um extraordinário músico e um homem valente", assim o definiu a vice-ministra de Cultura italiana, Ilaria Borletti Buitoni.

"A cultura italiana perde um de seus grandes representantes no mundo", expressou o presidente da Comissão de Relações Exteriores no Senado, Pier Ferdinando Casini.

O diretor do teatro Piccolo de Milão, Luca Ronconi, que tinha colaborado com Abbado em vários projetos, resumiu como "uma dor insuportável" o falecimento do mestre.

O jornal "Corriere della Sera" destacou outra de suas famosas declarações: "Voltaria a dirigir o teatro Scala de Milão se me pagassem plantando 90 mil árvores".

"Ele merece todo o nosso agradecimento por ter dado prestígio à cultura italiana, levando-a aos teatros e salas de concertos mais importantes do mundo. Agradecemos a paixão que se empenhou em contribuir no crescimento cultural das gerações mais jovens", afirmou a presidente do Senado, Laura Boldrini.

Boldrini lembrou também que sua escolha como senador vitalício "premiou justamente uma vida na qual a arte foi a ferramenta usada para contribuir com suas responsabilidades civis".

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