Homem vitruviano, de Leonardo da Vinci: ação movida pela Italia Nostra, que estima que a saída do Homem Vitruviano da Itália viola o código de propriedade cultural italiano (Vaara/Getty Images)
AFP
Publicado em 18 de outubro de 2019 às 14h25.
Última atualização em 18 de outubro de 2019 às 14h27.
São Paulo — A Justiça italiana autorizou nesta quarta-feira o empréstimo de várias obras de Leonardo Da Vinci ao Museu do Louvre parisiense, incluindo o "Homem Vitruviano", que uma associação de defesa do patrimônio não queria que deixasse o território italiano.
O Tribunal Administrativo de Veneto (TAR, nordeste da Itália) rejeitou o recurso da associação Italia Nostra, constatando que seu pedido "não foi suficientemente fundamentado", abrindo caminho para o empréstimo das obras para o museu de Paris para uma grande exposição dedicada ao artista da Toscana, que será inaugurada em 24 de outubro.
O tribunal argumentou que a escolha do governo italiano de emprestar as obras, em um acordo com a França, deveu-se "à notável importância global da exposição, à aspiração do país em maximizar seu potencial de sua herança, bem como o valor da cooperação e do intercâmbio entre Estados".
A ação movida pela Italia Nostra, que estima que a saída do Homem Vitruviano da Itália viola o código de propriedade cultural italiano, fez com que a justiça suspendesse seu empréstimo ao Louvre em 8 de outubro.
Na sua decisão, o TAR também suspendeu o acordo assinado no final de setembro em Paris entre o Ministério da Cultura italiano e o Louvre para a troca de obras de Leonardo da Vinci e do pintor Raphael.
Segundo este acordo, Roma emprestará ao museu de Paris cinco obras de Leonardo da Vinci para a grande exposição comemorativa do quinto centenário da morte do mestre renascentista, realizada no Louvre de 24 de outubro a 24 de fevereiro de 2020.