Marquês de Sapucaí: escolas acreditam que mesmo a corrupção, a miséria e a falta de segurança rendem carnaval (Rogério Reis/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de fevereiro de 2018 às 12h23.
Última atualização em 11 de fevereiro de 2018 às 12h24.
Rio - Não é só a Mangueira, um dos destaques da primeira noite na Sapucaí, que fará um desfile crítico. O Paraíso do Tuiuti, que também sai hoje, e a Beija-Flor, que fecha a avenida amanhã, vão retratar mazelas em alegorias e alas. As escolas acreditam que mesmo a corrupção, a miséria e a falta de segurança rendem carnaval.
O Tuiuti grita contra "o cativeiro social" derivado da escravidão e pede: "se eu chorar, não leva a mal". O desfile fala dos reflexos da subjugação de negros, 130 anos após a Lei Áurea.
Ao lembrar os 200 anos de Frankenstein, da escritora inglesa Mary Shelley, a Beija-Flor de Nilópolis mira em problemas variados, como as desigualdades sociais - uma escultura de favela será ladeada por uma de prédio de luxo -, a LGBTfobia - Pabllo Vittar será destaque -, a destruição ambiental - um dos carros aparecerá com lixo - e a violência - haverá até simulação de um assalto.
A "ganância de terno e gravata" cantada pela Azul e Branca virá representada por malas recheadas com notas de R$ 100.
Tachado de "prefeito anticarnavalesco", Marcelo Crivella (PRB) é criticado indiretamente pela Mangueira - o refrão diz "pecado é não brincar o carnaval". O mesmo ocorre com o da Beija-Flor, que critica: "Me chamas tanto de irmão/ e me abandonas ao léu/ troca um pedaço de pão/ por um pedaço de céu".
O prefeito nega ser contra a folia. Diz que, com a crise, teve de priorizar áreas essenciais, o que provocou cortes de recursos para o carnaval.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.