Ben Affleck recebe o Oscar de melhor filme, por "Argo" (Mario Anzuoni / Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2013 às 18h23.
Dubai - "Argo", drama político que ganhou no domingo o Oscar de melhor filme, é ruim e anti-iraniano, disse o ministro da Cultura do país em declarações publicadas na segunda-feira.
O longa-metragem, que recebeu também os Oscars de melhor montagem e roteiro adaptado, aborda a missão da CIA para resgatar seis diplomatas norte-americanos em Teerã logo depois da Revolução Islâmica de 1979.
O Oscar de Melhor Filme para "Argo" foi anunciado, em um dos segredos mais bem guardados da história de transmissões do Oscar, pela primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, em uma aparição em vídeo desde a Casa Branca.
"Este filme anti-iraniano carece de quaisquer aspectos artísticos, e é um filme muito pobre do ponto de vista artístico, e não esperamos nada a mais do inimigo", disse o ministro da Cultura e Orientação Islâmica, Mohammad Hosseini, segundo a agência semioficial de notícias Mehr.
Algumas agências noticiosas iranianas disseram que o Oscar dado a "Argo" mostra como a política permeia Hollywood.
"A politização da escolha de Argo chegou a envolver a Casa Branca, e o anúncio do ganhador coube a Michelle Obama, a esposa do presidente norte-americano", observou a estatal Irna.
"Argo" não foi exibido nos cinemas do Irã, mas foi amplamente disponibilizado em DVDs piratas em Teerã.
Apesar da censura e da repressão dura de cineastas de renome, O cinema de arte iraniano ganhou fama internacional ao longo dos últimos 20 anos.
O filme "A Separação", de Asghar Farhadi, ganhou o Oscar de melhor filme em língua estrangeira no ano passado, o primeiro filme iraniano receber o prêmio.
O Irã disse em setembro que iria boicotar o Oscar 2013 em protesto contra a realização de um vídeo anti-Islã nos Estados Unidos, que causou indignação em todo o mundo muçulmano.