Casual

Interrupção da maior roda-gigante do mundo, em Dubai, continua sendo um mistério

Ain Dubai foi concebida como uma atração que deveria gerar renda, graças a seus visitantes, eventos e publicidade

Ain Dubai, a maior roda-gigante do mundo. (AFP/AFP)

Ain Dubai, a maior roda-gigante do mundo. (AFP/AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 7 de agosto de 2023 às 14h47.

Com 250 metros de altura, quase o dobro da "London Eye", a "Ain Dubai" ("o olho de Dubai", na tradução do árabe) é a maior roda-gigante do mundo. Parou de funcionar, sem qualquer explicação oficial, mantendo vivo o mistério que cerca essa gigantesca instalação.

A roda-gigante e seu jogo de luzes continuam se destacando em meio aos enormes arranha-céus desse rico emirado do Golfo, no coração de uma ilha artificial chamada Bluewaters, que abriga atrações turísticas, elegantes restaurantes e luxuosos apartamentos.

Inaugurada em 2021, Ain Dubai encerrou suas atividades em março de 2022 para realizar "obras de melhoria", segundo seu site oficial, e seu fechamento foi prorrogado até novo aviso. A data de reabertura será anunciada "no momento oportuno", com "novas e interessantes ofertas" para os visitantes, lê-se na página institucional on-line.

Com as portas fechadas, o local fica deserto.

"Perguntei a um segurança, e ele me disse que não está funcionando", disse Marwan Mohamed, um turista egípcio de 33 anos. "Perguntei-lhe o porquê, mas não me respondeu", acrescenta este consultor de gestão empresarial, que foi fotografar um dos símbolos de Dubai.

Com pouco petróleo, o emirado construiu sua riqueza e notoriedade investindo pesadamente no turismo de luxo e não tem medo de excessos.

Com frequência, as autoridades anunciam grandes projetos, mas raramente comunicam os contratempos. Nem o grupo que dirige a Ain Dubai nem seus proprietários ou sócios responderam às perguntas da AFP.

Rumores e especulações

Enquanto isso, seu site continua elogiando "uma experiência única" e uma "vista majestosa" de Dubai.

Construída com a ajuda de "dois dos maiores guindastes do mundo", essa roda-gigante é composta de cerca de 11.200 toneladas de aço, 33% a mais que a Torre Eiffel.

Ante a ausência de explicações oficiais, rumores e especulações circulam em Bluewaters. Alguns mencionam a hipótese de uma fissura no interior da roda, enquanto outros afirmam que a ilha artificial corre o risco de afundar sob o peso da roda.

Sob a condição de anonimato, um garçom de um restaurante da ilha conta que, durante o funcionamento, ouvia-se um barulho: "Como se algo estivesse se quebrando por".

"Dizem que a roda é mais pesada que a própria ilha", acrescenta, com ironia.

A roda-gigante, que levava 38 minutos por volta, tem 48 cabines para uma capacidade total de 1.750 pessoas. Os preços dos ingressos variavam de 100 a 4.700 dirhams (cerca de US$ 27 a US$ 1.300, ou de R$ 132 a R$ 6.300, respectivamente, na cotação atual).

Empresas afetadas

"Eles nos apenas disseram que houve um problema técnico", relata um comerciante que não quis se identificar. "No ano passado, disseram que abririam a roda no inverno e agora dizem a mesma coisa", acrescenta.

"Quando ela não funciona, a gente não ganha muito dinheiro (...) Tinha mais gente quando ela funcionava", afirma.

Ain Dubai foi concebida como uma atração que deveria gerar renda, graças a seus visitantes, eventos e publicidade. Em 2022, o emirado recebeu 14 milhões de turistas, segundo dados oficiais.

"Seja qual for o problema, as autoridades parecem não ter uma solução", diz Patrick Clawson, especialista em Golfo do "think tank" americano Washington Institute.

"Não reconhecer que existe um problema é pior do que reconhecê-lo”, acrescenta o economista. Mas, segundo ele, "parece que as autoridades de Dubai não pensam assim".

Acompanhe tudo sobre:DubaiTurismo

Mais de Casual

Sob o sol do Brasil, grife italiana de iates de luxo fatura R$ 560 milhões

Prédio 'árvore' em Balneário Camboriú promete ar puro aos moradores; unidades custam R$ 4,5 milhões

CEO da Sephora está de olho nos desejos dos consumidores no TikTok e no Instagram

Calendário Pirelli traz nudez de volta às páginas — e dessa vez, não só a feminina