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Internautas resgatam tuítes racistas de youtuber que ofendeu Mbappé

"O Brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas. Mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros"

Atacante francês Kylian Mbappé (Reuters/Reuters)

Atacante francês Kylian Mbappé (Reuters/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de julho de 2018 às 14h58.

Última atualização em 1 de julho de 2018 às 14h58.

Após Júlio Cocielo ter feito uma piada considerada racista em relação ao jogador francês Mbappé no último sábado, 31, internautas vasculharam postagens antigas feitas no perfil do youtuber no Twitter e constataram que não foi a primeira vez que ele fez comentários preconceituosos.

"O Brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas. Mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros", publicou em 2013, por exemplo.

Na semana de 20 de novembro, também em 2013, fez diversas piadas envolvendo o feriado: "Acabou o Dia da Consciência Negra, já pode parar de 'negrisse', galera". "Eu queria ter gravado um vídeo sobre o Dia da Consciência Negra, só que aí eu deixei quieto porque na cela não tem wi-fi."

Entre 2011 e 2014, Cocielo também fez inúmeros comentários ofensivos contra africanos, chegando inclusive a tratar o continente como se fosse um país: "'Cara feia pra mim é fome'. África, o país [sic] mais feio do mundo". "Na África só existem seis pecados capitais porque cometer o pecado da gula é impossível". "Não comi nada hoje, me sinto um africano."

Assim como na Copa do Mundo, o youtuber já aproveitou outros momentos futebolísticos para fazer comentários ofensivos.

Em 11 de dezembro de 2013, dia da final da Copa Sul-Americana entre Ponte Preta e Lanús, comparou uma vizinha negra a uma macaca, em alusão ao apelido da equipe de Campinas: "Gritei 'Vai macaca' pela janela e a vizinha negra bateu no portão de casa pra me dar bronca".

Uma semana depois, quando o Atlético-MG perdeu para o clube marroquino Raja Casablanca no Mundial, escreveu: "Os africano tudo passando fome com AIDS e ainda jogam mais que o Galo [sic]".

"Negros, vocês se ofendem com piadas racistas? Só uma dúvida mesmo, e tal, sejam sinceros", questionou, em outra ocasião.

Cocielo deletou as postagens após elas serem trazidas à tona. Em sua defesa, admitiu ter publicado os comentários, dos quais afirmou sentir "vergonha", alegando que foram feitos em uma época que permitia uma "interpretação totalmente diferente de hoje, um momento delicado", e que estava sendo "irônico" ou "zoando entre amigos".

Em seguida, Júlio se disse arrependido: "Nunca mais se repetirá! Peço desculpas publicamente por ter ofendido inúmeras pessoas [...]. Quem conhece minha história ou convive comigo sabe como sou, e que jamais agiria desta forma! Vivendo e aprendendo! Não vou entrar em nenhuma discussão, assumo meu erro! Desculpa!"

Outros internautas ainda aproveitaram a situação para relembrar uma polêmica vivida pela mulher de Cocielo, a blogueira Tata Estaniecki. No Baile da Vogue, em fevereiro, ela havia usado um look em "homenagem aos escravos".

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