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'International Herald Tribune' leiloa 125 anos de fotos

O diário colocará à venda no próximo dia 19, através da casa de leilões Drouot, até 2.500 instantâneas dos personagens mais relevantes do século passado

Foto do International Herald Tribune que será leiloada pela Drouot (Reprodução/Drouot)

Foto do International Herald Tribune que será leiloada pela Drouot (Reprodução/Drouot)

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Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2012 às 20h25.

Paris - O lendário ''International Herald Tribune'', fundado em Paris há 125 anos, aproveita o aniversário de sua primeira edição para leiloar seus arquivos fotográficos, um testemunho único do século 20 que busca novos donos em tempos de crise.

O diário colocará à venda no próximo dia 19, através da casa de leilões Drouot, até 2.500 instantâneas dos personagens mais relevantes do século passado.

John F. Kennedy, Ronald Reagan, Mao Tsé-tung, Adolf Hitler, Winston Churchil e Nikita Khrushchev são alguns dos rostos conservados nos arquivos do diário, junto a Truman Capote, Norman Mailer, Henry Miller, Salvador Dalí, Pablo Picasso e Diego Rivera.

Trata-se do testemunho de uma época, um século em preto e branco que ainda conserva em seus originais o rastro dos editores que um dia, quando o homem pisou a Lua ou quando caiu o muro de Berlim, adequaram as fotografias para sua aparição nas primeiras páginas.

Nas fotografias estão ''todas as marcas de edição, setas, anotações, marcos... são um testemunho histórico'', comentou à Agência Efe a especialista responsável pela coleção, Viviane Esders, que explicou que os atuais programas de retoque fotográfico suprimiram esse ofício artesanal.

Esders, que foi encarregada da preparação dos lotes que serão leiloados com preços a partir de 300 euros, levou um ano para elaborar o inventário das instantâneas de Che Guevara, Fidel Castro, Coco Chanel, Yves Saint-Laurent, Cary Grant, Marlon Brando, Édith Piaf, Louis Armstrong, Miles Davis e Al Capone.

A venda é voltada a colecionadores e museus, mas também a qualquer pessoa nostálgica que queira pendurar em sua parede ''um objeto muito especial que tenha sido publicado na coluna do periódico'', embora com certas restrições.


Será vendida apenas a peça, como objeto, mas não os seus direitos de exploração. Os novos proprietários poderão expor e revender essas ''imagens de época'', mas não será permitido comercializá-las com a imprensa.

A venda, que irá requerer três meses de negociações para obter um acordo com as agências e os fotógrafos que ostentam os direitos autorais, servirá para ''desenvolver a marca'' e não tanto para aliviar economicamente o periódico, que, como tantos outros, sofre com a crise financeira e a mudança de modelo introduzida pela internet.

''A soma alcançada não terá influência'' nas contas do diário, porque serão entre 300 mil e 400 mil euros, precisou Esders.

O ''International Herald Tribune'', que vende diariamente 225 mil exemplares, é agora propriedade do grupo ''The New York Times'', atualmente afetado pela queda do seu lucro porque os novos assinantes na internet não compensam a queda da receita com publicidade.

Além do balanço financeiro, está a história de um diário internacional que foi fundado pelo jornalista James Gordon Bennett sob o nome original de ''New York Herald Tribune'' e com a filosofia de publicar ''nomes e notícias''.

Gordon Bennett, descendente de uma rica família de editores, fugira para Paris depois de escandalizar a alta sociedade americana por embriagar-se em seu próprio casamento e urinar diante dos convidados, segundo o relato do atual presidente do grupo, Stephen Dunbar-Johnson.


As primeiras edições, voltadas aos ricos americanos instalados na Europa, demonstravam sua paixão por aviões e navios, e financiavam expedições de aventureiros como David Livingston.

No início da Primeira Guerra Mundial, o periódico marcou posição contra a Alemanha e, com a chegada dos soldados americanos ao conflito, viu explodir suas vendas e começou ter lucros milionários.

Desde então, a edição não perdeu seu prestígio e é comum encontrar suas páginas dobradas nas salas VIP dos aeroportos ou nos salões dos hotéis mais caros do mundo.

Agora, em tempos de formatos digitais, suas fotografias saem ao mercado buscando um ''golpe de comunicação'' porque ''a cópia chinesa de um vaso antigo não tem o mesmo valor do vaso original'', conclui Esders, antes de lembrar que o Cercle France-Amériques, em Paris, expõe até 13 de novembro uma seleção de 125 dessas instantâneas.

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