Vylyan Mandolás Villányi Franc tem uvas que surgiram na Península Ibérica (Sociedade da Mesa/Divulgação)
Gabriel Aguiar
Publicado em 13 de julho de 2022 às 09h00.
Última atualização em 14 de julho de 2022 às 17h33.
É verdade que os vinhos espanhóis, franceses e italianos são praticamente unânimes nas adegas e prateleiras. Só que a Hungria também merece a atenção – prova disso é o Royal Tokaji, rótulo que pode ultrapassar os 35 mil euros por garrafa e é considerado um dos mais vinhos doces com maior reputação. E, por aqui, chegaram opções do mesmo país que partem dos 109 reais.
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Para entender de onde veio a fama da região (que tem 22 áreas oficialmente designadas), é preciso entender que o vinho foi introduzido pelos romanos e foi produzido até a Segunda Guerra Mundial, quando o domínio comunista proibiu a vinicultura. Tanto é que esse país do leste europeu tem uma própria “Bordeaux”: Villány, que, por ficar mais ao sul, também tem clima mais ameno.
Quem encabeça a importação de vinhos húngaros é a Sociedade da Mesa, primeiro clube de vinhos do Brasil, que terá exclusividade na comercialização dos rótulos da vinícola Vylyan Pincészet – que é tida como uma das protagonistas da retomada do mercado enológico por lá e foi reconhecida como “a melhor adega do ano 2008” da Hungria. Também será possível comprar no e-commerce.
Fruto da mais antiga plantação de cabernet sauvignon da vinícola, no coração da propriedade e com direcionamento ao sul, passou pelo verão extremamente ensolarado de sete anos atrás sem danos e manteve as harmônicas equilibradas e concentradas. De aroma marcante ao final duradouro, mostra groselhas pretas e mirtilo, frutos secos e erva-doce. Tem taninos fortes e a acidez viva.
O nome Mandolás (que, em português, significa amêndoa), faz referência às amendoeiras cultivadas naquele território no passado recente e que deram lugar às uvas nobres da bodega. Com vermelho-púrpura, oferece boa complexidade dos aromas, com especiarias picantes, café, chocolate amargo, amêndoas e uvas-passas. No paladar, é concentrado e garante o final longo e saboroso.
Ördög é a mistura de variedades locais em homenagem ao diabo da lenda tradicional de Villány, que se apaixonou por uma garota e teve de arar a terra na montanha. Como características mais valiosas dessa mistura são a estrutura potente e a acidez viva e refrescante. Tem aroma de frutas vermelhas e negras, além de notas tostadas, de cacau e café. E, na boca, apresenta ginja seca e cereja madura, sob toque de especiarias e canela. Já o final é fortemente marcado por uma acidez viva.
Elaborado com a uva portugieser (que, como o próprio já nome sugere, é nativa de Portugal, só que atualmente está extinta da Península Ibérica). Hoje, a cepa é comum na Europa Central e na Europa Oriental, principalmente na Áustria e na Alemanha. Com tom cereja vibrante, tem aroma de cravo e frutas vermelhas frescas, mais toque de caramelo. Em boca, é leve, refrescante e frutado.