Os impedimentos passarão a ser mais precisos e confiáveis a partir das decisões dos "robôs", que serão instalados abaixo da cobertura dos estádios. (NESImages/DeFodi/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 10 de agosto de 2022 às 09h18.
A Supercopa da Europa inicia uma nova era no futebol: a tecnologia do sistema de impedimento semiautomático (SAOT). A confederação europeia adotará esta ferramenta já na fase de grupos da Champions League de 2022/23.
O confronto entre Real Madrid e Eintracht Frankfurt, hoje (10), às 16h, no Estádio Olímpico de Helsinque, na Finlândia, terá a arbitragem do inglês Michael Oliver, com os compatriotas Stuart Burt e Simon Bennett como assistentes. O árbitro de vídeo (VAR) será o polonês Tomasz Kwiatkowski.
As inovações tecnológicas ganharam força no futebol nos últimos anos após a aplicação do árbitro de vídeo (VAR) nas partidas por todo o mundo. Agora, a novidade fica por conta dos impedimentos, que passarão a funcionar de maneira semiautomática. A Uefa acompanhará a Fifa, que anunciou no início de julho o uso desta tecnologia já na Copa do Mundo de 2022.
"A Uefa está constantemente procurando por novas soluções tecnológicas para melhorar o jogo e apoiar o trabalho dos árbitros. Esse sistema inovador vai permitir às equipes de VAR determinar situações de impedimento rapidamente, com mais precisão, aumentando a fluidez do jogo e a consistência das decisões", declarou, em nota, o chefe de arbitragem da Uefa, Roberto Rosetti.
O sistema de impedimento semiautomático é uma tecnologia com muitas câmeras para rastrear melhor as extremidades dos jogadores e estabelecer o momento preciso do passe dado ao atacante.
Foram feitos 188 testes desde 2020, incluindo todas as partidas da Champions League na temporada passada, o mata-mata do mesmo torneio no futebol feminino e a última Eurocopa para as mulheres.
Serão de 10 a 12 câmeras que detectam 29 pontos do corpo do jogador, 50 vezes por segundo, aliadas a um software que analisa os dados em tempo real, calculando à perfeição o momento do passe e a posição dos jogadores.
"Não apenas isso, mas o SAOT faz isso inserindo as grades para destacar o impedimento. Em seguida, envia automaticamente para a cabine do VAR, que tem a resposta para dar ao árbitro em casos de impedimento, que são os mais numerosos", disse, em nota, Pierluigi Colina, ex-árbitro e atual diretor de arbitragem da FIFA.
Não. As inovações tecnológicas da Fifa e da Uefa buscam melhorar a aplicação das regras e aumentar o tempo de jogo, com menos paralisações possíveis nos 90 minutos. Por enquanto, entretanto, não há a intenção de ter árbitros "robôs".
Os impedimentos passarão a ser mais precisos e confiáveis a partir das decisões dos "robôs", que serão instalados abaixo da cobertura dos estádios. As informações sairão de imagens em 3D.
"Se fala de árbitros robôs, mas isso não é verdade. Os árbitros de campo seguirão sendo decisivos. O impedimento semiautomático só será utilizado quando um jogador em posição de impedimento tocar na bola. Se houver interferência, por exemplo, a decisão é do árbitro. O tempo para a decisão será certamente muito mais rápido do que hoje. Em quatro ou cinco segundos se poderá detectar o impedimento, com uma resposta ao árbitro de campo e ao público em 20 ou 25 segundos, o que já é muito rápido e importante", destacou Colina.