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Ícone em movimento: coleção Serpenti da Bvlgari completa 75 anos

O arquétipo da cobra como símbolo de renovação é a inspiração da linha celebrada por personalidades como Elizabeth Taylor

Elizabeth Taylor em Cleópatra: joias da linha nas imagens de divulgação do filme (Silver Screen Collection//Getty Images)

Elizabeth Taylor em Cleópatra: joias da linha nas imagens de divulgação do filme (Silver Screen Collection//Getty Images)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 30 de maio de 2023 às 07h00.

Consta que Cleópatra, a última governante do Reino Ptolemaico, morreu com uma pomada tóxica ou com um instrumento afiado. As fontes são historiadores gregos e romanos, como Plutarco e Estrabão. A cultura popular conta uma versão melhor. A rainha egípcia teria se suicidado com uma áspide, uma espécie de cobra, em meio à disputa entre Augusto e Marco Antônio pelo controle do Império Romano. A maior representação nas artes da morte de Cleópatra por uma picada venenosa foi em Hollywood, com Elizabeth Taylor, no filme épico de 1963.

Em imagens de bastidores de divulgação do filme, Taylor apareceu com um relógio em forma de serpente. Logo surgiram boatos de que a peça teria sido um presente de seu par romântico no filme, Richard Burton, com quem ela se casaria mais tarde. Outra versão diz que a joia teria sido parte do pagamento do estúdio pelo filme, o de maior bilheteria do ano — apesar de ter ficado no prejuízo devido aos altíssimos custos de produção para a época.

A joia usada pela atriz era da coleção Serpenti, da Bvlgari, que celebra agora 75 anos. Lançada no pós-Segunda Guerra, a linha de joias e relógios gira em torno do arquétipo da cobra como símbolo de renovação. “As criações emblemáticas da Serpenti transmitem empoderamento. Expandiram os limites da joalheria, refletindo o espírito de mulheres confiantes e entrando no mundo da arte por meio de colaborações criativas empolgantes. Foi e é o ícone definitivo da Bvlgari de metamorfose sem fim”, diz Jean-Christophe Babin, CEO da Bvlgari.

Peças da coleção Serpenti: referências à renovação (Divulgação/Divulgação)

As primeiras criações Serpenti foram apresentadas em 1948 como relógios-joia para serem enrolados no pulso, com o mostrador em forma ovalada, como símbolo da cabeça de uma cobra. Uma inovação então foi a pulseira trabalhada em uma técnica chamada tubogas, uma faixa tubular flexível de metal sem solda. Nos anos 1950 a serpente ­Bvlgari começou a se mover para um estilo mais figurativo, com uma cabeça preciosa embelezada com olhos de rubi, esmeralda ou diamante. Nos anos 1960 as escamas da pulseira passaram a ser articuladas com a ajuda de pedras preciosas e esmaltes coloridos. Nessa época a maison criou os primeiros relógios-joia secretos Serpenti, com mostrador escondido dentro da cabeça da cobra.

De Charlize Theron a Alicia Vikander

Cores e materiais não convencionais, além de esmaltes e outras pedras preciosas, passaram a fazer parte das combinações. “Reinterpretar a linha Serpenti sem alterar sua identidade é um desafio inspirador”, diz Lucia Silvestri, diretora criativa de joias da Bvlgari. “Foi esse equilíbrio perfeito entre sua herança e a evolução da criatividade que tornou o ícone verdadeiramente atemporal e sempre em sintonia com os tempos.”

Peças da coleção Serpenti: referências à renovação (Divulgação/Divulgação)

A campanha de aniversário da Serpenti traz imagens de mulheres de diferentes épocas, em que suas peles se envolvem até se tornarem uma só, da dupla de fotógrafos Scandebergs. Uma metamorfose estilística, que representa a evolução da mulher e sua autodeterminação. As peças na linha são presença constante nos tapetes vermelhos de premiações e celebrações, nos pulsos de celebridades como Charlize Theron, Alicia Vikander, Naomi Campbell e Zendaya.

A cobra é um elemento presente nas artes, entre pintura e fotografia, moda e design, em obras de Miró, Paul Klee, Alexander Calder, Niki de Saint Phalle, Keith Haring, Robert Mapplethorpe, Helmut Newton e muitos outros. Como forma de perpetuar esse legado, a Bvlgari lançou a chamada Fábrica Serpenti, uma iniciativa artística com foco na cobra como uma fonte de produção criativa. O projeto inclui colaborações especiais entre a Bvlgari e artistas contemporâneos internacionais, como Refik Anadol, Davide Quayola, Daniel Rozin, Sougwen Chung e Cate M.

As peças da Serpenti têm valor pela exclusividade. No site brasileiro da marca os valores partem de 35.000 reais e chegam a declarados 252.000 reais — os relógios mais trabalhados em pedras preciosas, porém, aparecem com preço sob consulta. Uma das joias de maior destaque da coleção é o colar Serpenti Alta Joalheria com brincos combinando, chamado Serpenti Blue Heaven, com duas cobras entrelaçadas, lançado para a celebração de aniversário. Trata-se, mais uma vez, de uma simbologia do poder regenerativo da serpente pela capacidade de trocar de pele, novas representações de uma linha icônica que está sempre mudando para manter sua essência.  

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