Hotel iglu na Suíça: proximidade de estações de esqui é atrativo (Iglu-Dorf/Divulgação)
Marília Almeida
Publicado em 24 de janeiro de 2019 às 12h00.
Última atualização em 28 de janeiro de 2019 às 12h21.
Soa como algo difícil de vender: um quarto de hotel sem janelas, sem aquecimento e sem banheiro, tudo pelo preço de uma acomodação cinco estrelas. Mesmo assim, todos os anos milhares de pessoas aproveitam a oportunidade, pagando mais de US$ 500 a noite para se hospedar em hotéis de iglus esculpidos em pilhas de neve e gelo em áreas de esqui nos Alpes.
Durante o ano-novo, fui parar no hotel iglu perto de Gstaad, na Suíça, localizado 1.950 metros acima do nível do mar, logo abaixo da estação do cume do teleférico de Saanersloch. Há um bar ao ar livre com vista para os picos dos arredores para os esquiadores que estão de passagem e no interior há um restaurante no qual o gelo lança um brilho azul suave e as mesas de madeira são colocadas em cabines esculpidas na neve.
As cinco “vilas iglu” (Iglu-Dorf, em alemão) que ficam à beira da pista de esqui são semelhantes aos vários hotéis de gelo construídos a cada inverno na Escandinávia, mas muito mais acessíveis em resorts como Davos e Zermatt.
Durante três ou quatro semanas a cada outono (Hemisfério Norte), a neve é empilhada sobre enormes balões para criar a estrutura básica dos iglus. Quando a neve assenta, os balões são esvaziados e trabalhadores entram com motosserras, pás e ferramentas de escultura para moldar os quartos e móveis embutidos, como camas e bancos. Depois, artistas fazem esculturas de gelo, e cada hotel apresenta um tema diferente, como Roma antiga, mitologia nórdica, James Bond ou criaturas marinhas.
Cada um dos 11 quartos do hotel de Gstaad é seu próprio iglu menor, conectado por um corredor de neve batida até o restaurante, uma sauna e uma banheira de hidromassagem ao ar livre. Para a maioria dos quartos, os banheiros ficam em uma estrutura de madeira compartilhada no fim do corredor. Três quartos têm banheiros privativos, um deles com sua própria banheira de hidromassagem.
Os quartos são acolhedores, com luzes de LED encaixadas, dando ao espaço uma sensação luminosa e arejada apesar da falta de janelas. As camas são esculpidas em blocos de gelo e cobertas com mantas de peles, um colchão macio, sacos de dormir tipo expedição e travesseiros confortáveis. As temperaturas permanecem estáveis a um grau ou dois abaixo ou acima do ponto de congelamento, independentemente de quão desagradável está o clima do lado de fora. “A neve oferece um isolamento muito bom”, diz Marius Mosimann, gerente do hotel de Gstaad. “Se faz 10 ou 20 graus negativos do lado de fora, quando você entra sente que está entrando em seu apartamento, mesmo que o termômetro mostre zero grau centígrado.”
Os hotéis Iglu-Dorf estão localizados em Davos, Gstaad e Zermatt, na Suíça; em Kühtai, na Áustria; e em Zugspitze, na Alemanha. Cada hotel pode acomodar 32 a 48 hóspedes em suítes, quartos duplos ou acomodações tipo alojamento. Todos os hotéis têm sauna, banheira de hidromassagem ou ambas as coisas. Os preços (incluindo jantar e café da manhã) vão de 159 francos suíços (US$ 160) por pessoa em um quarto de seis camas a 539 francos por pessoa em uma suíte com banheiro privativo e banheira de hidromassagem.