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Heaven is for Real engrossa fileira dos filmes religiosos

A história de um menino americano que afirma ter visto o paraíso engrossa a fileira dos filmes religiosos que desde o início do ano chegam aos cinemas

Diretor de Heaven is for Real, Randall Wallace (E), com os atores Margo Martindale e Greg Kinnear: filme é uma adaptação do best-seller de mesmo nome (Stewart F. House/AFP)

Diretor de Heaven is for Real, Randall Wallace (E), com os atores Margo Martindale e Greg Kinnear: filme é uma adaptação do best-seller de mesmo nome (Stewart F. House/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2014 às 14h50.

Los Angeles - A história verídica de um menino americano que afirma ter visto o paraíso, levada ao cinema em "Heaven is for Real", engrossa a fileira dos filmes de caráter religioso que desde o início do ano chegam aos cinemas dos Estados Unidos.

O filme de Randall Wallace, roteirista e diretor de "Fomos Heróis" (2002) e "Secretariat - Uma História Impossível" (2010), é uma adaptação do best-seller de mesmo nome e narra a passagem de um menino de quatro anos, filho de um pastor de uma pequena localidade americana, pelo paraíso.

"Heaven is for Real" chega aos cinemas dos Estados Unidos e Canadá nesta quarta-feira - ainda não há data de estreia para a América Latina -, o que o converterá no quarto longa-metragem de temática religiosa ou bíblica a ser lançado em menos de dois meses.

Os três primeiros filmes que estrearam até agora tiveram grande sucesso. "O Filho de Deus", que recria a vida de Jesus, acumulou 60 milhões de dólares, enquanto "God's not dead", sobre um estudante que demonstra a existência de Deus, 41 milhões.

"Noé", uma interpretação muito pessoal de Darren Aronofsky sobre a história da Arca de Noé, já acumula 85 milhões de dólares em suas três semanas nas telas.

"Hollywood, que tende a ir às cegas, se deu conta de que nem todos os americanos vivem em Nova York ou Los Angeles, e que muitos deles não encontram a felicidade no cinema", afirmou há pouco Joe Roth, produtor de "Heaven is for Real", em uma mesa redonda com a imprensa em Beverly Hills.

Por esse motivo, foram feitos alguns filmes direcionados a este público, que alcançaram bastante sucesso, disse.

Hollywood adora classificar tudo, e os filmes de temática religiosa são chamados "faith-based", ou seja, dirigidos a um público de fiéis.

Estes espectadores geralmente são esquecidos pelas campanhas de publicidade, mas são muito religiosos e levam muito a sério os filmes - isso pôde ser constatado com "Noé", quando várias associações cristãs criticaram as liberdades tomadas pelo filme sobre a Bíblia.


Um paraíso com anjos e nuvens

Roth, que produziu filmes como "Alice no país das maravilhas", de Tim Buron, "Oz, Mágico e poderoso" ou "Branca de Neve e o Caçador", garantiu que não tomou a decisão de financiar "Heaven is for Real" para ter acesso ao público religioso. "Comprei os direitos do romance porque considerei que é uma boa história", disse.

O filme conta a história de Colton Burpo, um menino de quatro anos que, depois de ter visto a morte de perto, conta a sua família com a ingenuidade de um menino da sua idade o que viu - ou acredita ter visto - no paraíso.

Suas revelações removem as crenças de seu pai pastor, interpretado por Greg Kinnear, sua mãe, a britânica Kelly Reilly, e a comunidade religiosa de sua pequena cidade do Meio-Oeste americano.

"Sou muito sensível ao tema da dúvida, eu mesmo sou fiel", reconheceu Wallace. "Todos tentamos tirar a dúvida de nossas vidas, quando deveríamos vê-la como uma oportunidade para evoluir".

"Queria que o filme não fosse sobre um dogma ou uma doutrina. Queria que fosse uma experiência", declarou o roteirista e diretor.

O filme, feito com base em uma estrutura muito clássica, não hesita na hora de representar as visões da criança, com seu séquito de anjos flutuando nas nuvens ou seu Cristo de olhos claros com toga e sandálias.

Wallace sustenta que era necessário mostrar o que o menino afirma ter visto, "suas visões pessoais do paraíso".

"As pessoas religiosas são muito mais exigentes que as outras sobre as representações dos anjos, por exemplo. Se mostrar um, muitos criticam: 'Não, não, não são assim!', enquanto outros dizem: 'Não está ruim!'", concluiu.

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