Pauline Moynat: 170 anos de história (Moynat/Divulgação)
Guilherme Dearo
Publicado em 11 de setembro de 2019 às 07h00.
Última atualização em 11 de setembro de 2019 às 07h00.
Para quem precisa se submeter a constantes viagens aéreas - e quase sempre é obrigado a despachar a bagagem a contragosto, por falta de espaço na cabine -, o ramo de malas não costuma evocar os sentimentos mais nobres. Quando a francesa Pauline Moynat começou a apostar nele, em 1849, elas eram sinônimo de sofisticação e da efervescência que tomava conta de Paris. Era a cidade de figuras como Balzac, Victor Hugo e Baron Haussmann, o responsável por reurbanizar a metrópole de cima a baixo.
Primeira e única mulher da história a confeccionar malas de couro, Pauline deu início ao negócio dela bem na época em que o sistema de trens da Cidade-Luz começou a ganhar corpo, abrindo terreno para a era de ouro das boutiques parisienses. Sua grife patenteou diversos modelos voltados para o transporte sobre trilhos e, quando os automóveis começaram a dominar as ruas, criou baús feitos sob medida para eles, na mesma cor das carrocerias.
Em 1903, a marca lançou a primeira bolsa em homenagem a uma celebridade, a atriz francesa Gabrielle Réjane, amicíssima de Pauline. A primeira loja da grife foi inaugurada em 1869, no número 1 da Avenue de L’Opéra. Passados 170 anos, a Moynat dispõe de lojas em Paris, Londres, Nova York, Los Angeles, Tóquio, Seul, Pequim, Xangai e Chengdu - em 2011, a rede foi adquirida pelo grupo LVMH.
Para celebrar o aniversário, a maison lançou diversas coleções especiais de suas peças. Além disso, criou um jornal, distribuído em suas lojas, batizado de “Voyageur”. O primeiro número rememora o ano de lançamento da boutique pioneira. O segundo presta tributo a 1809, quando a Torre Eiffel foi inaugurada, organizou-se a Exposição de Paris, da qual a Moynat participou, e viajar era um luxo só.