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Governo paulista autoriza volta dos treinos de futebol em 1º de julho

Retorno do campeonato paulista, porém, deve ocorrer só a partir de agosto, devido à pandemia do novo coronavírus

Jogo do Palmeiras versus Guarani: estado de São Paulo está desde 24 de março em quarentena (Alexandre Schneider/Getty Images)

Jogo do Palmeiras versus Guarani: estado de São Paulo está desde 24 de março em quarentena (Alexandre Schneider/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 17 de junho de 2020 às 16h28.

Última atualização em 17 de junho de 2020 às 16h42.

O governador de São Paulo, João Doria, anunciou hoje (17) que os clubes de futebol da primeira divisão - Série A1 do Campeonato Paulista - estão liberados para voltar a treinar a partir do dia 1º de julho, seguindo normas de segurança que evitem a propagação do novo coronavírus (covid-19). Segundo o coordenador do Centro de Contingência do Estado, Carlos Carvalho, o protocolo da Federação Paulista de Futebol (FPF), elaborado em conjunto com as agremiações, foi aprovado com ajustes e será repassado à entidade e às equipes. O torneio paulista foi paralisado há três meses devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19)

"Diante das propostas [de retomada de atividades] que chegaram, a mais bem formatada nos critérios de saúde foi a do futebol", afirmou Carvalho, durante entrevista coletiva. "Com esses ajustes, o protocolo será levado à FPF, que o passará aos clubes, e eles terão esse período de mais ou menos duas semanas para realizar ajustes de segurança e testes em todos os envolvidos para sabermos a condição dessas pessoas para a volta aos treinos", completou.

"Os protocolos se referem apenas ao retorno aos treinos. A retomada das partidas será avaliada em fases posteriores em contato com a FPF e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF)", reforçou Doria, também em entrevista coletiva. "Sabemos que vamos contar com a colaboração da Federação e dos dirigentes. Tenho convicção que nenhum dirigente deseja risco a seus atletas e profissionais", destacou.

O documento elaborado em conjunto pela FPF e clubes estabelece medidas como higienização e desinfecção dos locais de treinamento; realização de testes - a cada mundança de fases - em todos os envolvidos; e uso obrigatório de máscara (exceto aos atletas em atividade física). O protocolo determina ainda a retomada dos treinos com trabalhos individuais e ao ar livre, que os profissionais tenham equipamentos de hidratação individuais e adotem uma rotina "casa-treino-casa", mantendo isolamento social.

"Com relação à frequência da testagem, a nossa recomendação foi: uma [testagem] no tempo zero de todo mundo, com a qual será feito o PCR, que é a pesquisa que verifica se existe o vírus no indivíduo; e a testagem da sorologia, para saber quem teve contato [com o vírus] ou já tem proteção. Os indivíduos serão observados de maneira diferente. O sem proteção será testado de cinco a sete dias, dependendo da condição de saúde. Detectado o indivíduo com o PCR positivo, ele é isolado, assim como os contactantes, e será feito um novo teste em três dias", explicou Carvalho.

O estado de São Paulo está desde 24 de março em quarentena. Na última quarta-feira (10), o período foi prolongado até o próximo dia 28 de junho. No início do mês, o governo paulista colocou em prática um protocolo gradual e regionalizado para reabertura de atividades em cinco fases, caracterizadas por cores, chamado "Plano São Paulo". Quanto mais avançada a etapa, maior a flexibilização. A maior parte das cidades se encontra na segunda fase, que permite a reabertura de concessionárias, escritórios, comércio e shoppings, com restrições.

O "Plano São Paulo" é revisto a cada duas semanas. A próxima atualização será em 26 de junho. Segundo Carvalho, o sistema de fases deverá ser respeitado, mesmo após a liberação dos treinos. "Se o clube estiver na zona vermelha (equivalente à primeira fase, que autoriza só atividades essenciais), ele não poderá praticar o treinamento naquele município, somente em cidades que estejam em outra fase", resumiu.

A proposta para viabilizar a volta aos treinamentos foi enviada ao governo paulista após videoconferência entre Federação e clubes no último dia 5. Na semana seguinte, o documento também foi apresentado ao prefeito de São Paulo, Bruno Covas, pelos presidentes dos times da capital (Corinthians, São Paulo e Palmeiras).

Segundo a FPF, o procedimento seria adotado pelas outras 13 equipes da Série A1 nas respectivas cidades. Os dirigentes afirmaram, na ocasião, que o protocolo era mais rigoroso que o previsto pelo Estado para liberação de atividades durante a flexibilização da quarentena.

As equipes estão afastadas dos gramados há três meses, desde a suspensão do Campeonato Paulista. A última partida foi disputada em 16 de março, quando o Guarani venceu a Ponte Preta por 3 a 2 em Campinas (SP), com portões fechados - como ocorrerá quando a competição for retomada. O torneio foi paralisado na 10ª rodada, faltando duas para o término da primeira fase. A FPF defende que a competição seja finalizada "em campo".

Segundo Carvalho, do Centro de Contingência, a previsão é que somente a partir de agosto seja possível pensar na volta do campeonato. "Os treinos são fundamentais para o preparo do atleta à volta ao esporte em alto nível. Será preciso um período de ao menos quatro semanas para esse preparo físico", concluiu.

Outras modalidades

Conforme Doria, a retomada dos treinos de outras modalidades esportivas em São Paulo - amadoras e profissionais - está sob análise do Centro de Contingência, que se pronunciará no próximo no próximo dia 26. Algumas competições foram canceladas, como as Superligas Feminina e Masculina de vôlei ou o Novo Basquete Brasil (NBB), com presença maciça de clubes paulistas, mas o estado também concentra boa parte dos principais atletas de alto rendimento do país em esportes olímpicos, como ginástica artística, judô ou natação.

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