Gary Oldman posa com a estatueta do Globo do Ouro: ator também foi indicado ao prêmio Bafta (Lucy Nicholson/Reuters)
EFE
Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 14h07.
Londres - Sem os vários quilos de maquiagem, sem o copo de uísque e o charuto e sem o tom resmungão de Winston Churchill, mas com inconfundíveis olhos azuis, Gary Oldman chegou a Londres para apresentar "O Destino de uma Nação", o seu mais recente filme e que fala da vida do ex-primeiro-ministro britânico.
A interpretação de uma das figuras mais importantes da história contemporânea britânica rendeu a Oldman um Globo de Ouro de melhor ator, a indicação ao Prêmio Bafta e a possibilidade de, pela primeira vez na carreira, poder ganhar um Oscar.
"As pessoas costumam dizer: 'É estranho que você nunca tenha sido indicado ao Oscar. Não dá pra acreditar'. Provavelmente isso é porque nunca tive um agente. Pode ser que eu seja a primeira pessoa na história desta indústria sem um desses", afirmou ele, em um encontro com a imprensa.
Aos 59 anos, ele interpreta Churchill quando foi nomeado premier britânico e teve que se decidir ao futuro da nação durante a Segunda Guerra Mundial.
"Ele sempre foi representado com uma pessoa resmungona, que fumava, bebia, gritava com todo mundo, mas o Churchill que eu tentei mostrar é um homem com muita energia, com muito dinamismo. Você pode criar um personagem, mas sempre com base no que existe no papel", explicou.
O diretor de "Darkest Hour" - no título original -, Joe Wright, por sua vez, afirmou que para rodar uma longa-metragem com tanta carga política e histórica foi necessário esquecer do "ícone" que Churchill foi.
"Você precisa deixar isso de lado e focar nos pequenos detalhes, em situações específicas da História. Linha por linha, cena por cena, você cria algo grande", acrescentou.
Efe defendeu que a ideia não surgiu da situação política atual e que o projeto começou a ser desenvolvido antes do Brexit e da eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
"Começamos a trabalhar no filme em janeiro de 2016. Não tinha acontecido o Brexit, não tinha acontecido a eleição de Trump, nem os movimentos nacionalistas na Europa. Estava interessado ne personagem, em me identificar com ele, com os seus momentos de crise, de dúvida, com o seu humor", ponderou.
Os discursos de Churchill, capazes de mobilizar toda uma nação e de conseguir com que a população acreditasse na vitória mesmo nos momentos mais obscuros, também são outro ponto importante da produção, surpreendendo, inclusive, Lily James, que interpreta Elizabeth, secretária do ex-premier.
"Estava conversando com Joe sobre o filme e ele me disse que Gary ia interpretar o papel de Churchill. Tinha uma gravação dele reproduzindo a voz em um discurso. Comecei a escutar e mal podia acreditar. Era como ouvir o verdadeiro Churchill", contou a atriz.