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Gafe no Oscar ofusca críticas de Hollywood a Trump

Antes da premiação errar ao anunciar o vencedor de melhor filme, Trump foi protagonista de uma cerimônia em que o tema político dominou os discursos

Oscar: "quero dizer obrigado ao presidente Trump. Lembram quando no ano passado parecia que o Oscar era racista? Isso acabou, graças a ele", disse com ironia o apresentador (Getty Images)

Oscar: "quero dizer obrigado ao presidente Trump. Lembram quando no ano passado parecia que o Oscar era racista? Isso acabou, graças a ele", disse com ironia o apresentador (Getty Images)

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EFE

Publicado em 27 de fevereiro de 2017 às 12h21.

Última atualização em 27 de fevereiro de 2017 às 22h35.

Los Angeles - O erro na hora de anunciar o ganhador da estatueta de melhor filme ofuscou uma edição do Oscar que, até esse fatídico momento, era marcada pelas críticas de Hollywood ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Após uma temporada de prêmios de alto teor político, esperava-se que a 89ª edição do Oscar fosse repleta discursos contra suas polêmicas e controversas medidas, especialmente as migratórias.

As previsões se cumpriram e durante as quase quatro horas de cerimônia Trump foi alvo de um inspirado Jimmy Kimmel como mestre de cerimônias, e de artistas como Barry Jenkins e o mexicano Gael García Bernal.

O que ninguém esperava, no entanto, foi o desastroso final no qual Faye Dunaway e Warren Beatty anunciaram o musical "La La Land: Cantando Estações" como vencedor na categoria de melhor filme, quando na realidade o ganhador era "Moonlight: Sob a Luz do Luar".

A cena no palco do Teatro Dolby foi absurda e em minutos o clima de alegria dos produtores de "La La Land", que já tinham começado seus discursos, se transformou em incredulidade do público quando a equipe de "Moonlight" recebeu seu prêmio.

Antes desse momento histórico, Trump foi o protagonista onipresente de uma cerimônia em que o tema político dominou os discursos.

"Esta transmissão está sendo assistida ao vivo por milhões de americanos, e no mundo todo em mais de 225 países que agora nos odeiam", atacou Kimmel.

"Quero dizer obrigado ao presidente Trump. Lembram quando no ano passado parecia que o Oscar era racista? Isso acabou, graças a ele", disse com ironia o apresentador.

Em tom muito mais sério, o diretor de "Moonlight: Sob a Luz do Luar", Barry Jenkins, dedicou o Oscar de melhor roteiro adaptado a todos os que não se sentem representados no cinema.

"Nos próximos quatro anos, não os deixaremos sozinhos e nem os esqueceremos", afirmou.

Por sua vez, o diretor iraniano Asghar Farhadi, ausente na cerimônia para protestar contra Trump, indicou em comunicado lido após sua vitória na categoria de melhor filme estrangeiro por "O Apartamento" que lamentava não estar em Los Angeles, mas que não foi à cidade "por respeito" aos sete países "ofendidos pela lei desumana que proíbe a entrada de imigrantes nos Estados Unidos".

Já Gael García Bernal, que apresentou o vencedor do prêmio de melhor filme de animação ao lado da atriz Hailee Steinfeld, também falou contra o presidente americano.

"Como mexicano, como latino-americano, como trabalhador migrante, como ser humano, sou contra qualquer tipo de muro que queira nos separar".

Além disso, Tarell Alvin McCraney ("Moonlight") reivindicou a diversidade sexual, enquanto a equipe do documentário "O.J.: Made in America" lembrou as vítimas da brutalidade policial.

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