Bolas são desinfetadas antes da partida de retomada do futebol alemão 16/05/2020 (Martin Meissner/Reuters)
João Pedro Caleiro
Publicado em 16 de maio de 2020 às 11h21.
Última atualização em 16 de maio de 2020 às 11h22.
Os amantes do velho esporte bretão voltam-se os olhos, neste sábado (16), para a Alemanha, o primeiro grande país europeu a retomar o futebol.
Após dois meses de paralisação, por conta da pandemia do novo coronavírus, a Bundesliga (nome do torneio no país germânico), reinicia com uma rodada de seis jogos.
O mais importante deles é o clássico entre o Borussia Dortmund x Schalke 04 (Gelsenkirchen), times de cidades distantes apenas a 30 km uma da outra.
O mundo do futebol também está de atento às partidas para verificar a eficácia dos protocolos de segurança e saúde para evitar a contaminação dos envolvidos no evento, que irão acontecer de portões fechados ao público.
Países como Itália, Portugal e Áustria devem voltar na primeira quinzena de junho, enquanto em outros ainda não há data prevista.
A letalidade da Covid-19 em terras alemães é considerada baixa pela OMS. O país registra cerca de 8 mil mortos e cerca de 176 mil infectados pela doença.
A Liga dos Campões foi interrompida nas oitavas de final e ainda tem 17 jogos para serem finalizados. A Liga da Europa tem 23 partidas pendentes. As cinco principais ligas nacionais (Espanha, Itália, Inglaterra, Alemanha e França) têm, juntas, mais de 600 disputas em aberto.
Além do aspecto do entretenimento, a falta de jogos pode acentuar a crise pela qual passam os times europeus e gerar mais prejuízos. Um estudo da consultoria KPMG estimou um impacto de 4,1 bilhões de euros caso os cinco principais campeonatos europeus não sejam finalizados.
O esporte profissional responde por cerca de um terço dos 750 bilhões de dólares de receita de toda a indústria esportiva, segundo a consultoria especializada em marketing esportivo Sports Value.
Mas é o que faz o resto da roda girar, alimentando segmentos como o varejo esportivo, com venda de camisas e outros itens (278 bilhões de dólares ao ano), e de infraestrutura, comida, bebida e apostas (200 bilhões de dólares).
(Com Rodrigo Pereira, da Agência Brasil, e informações de Ivan Padilla, de EXAME)