Fabricante francês de champanhe Michael Drappier posa para foto durante entrevista à Reuters em Urville, na França. (Clotaire Achi/Reuters)
Reuters
Publicado em 9 de julho de 2021 às 12h06.
O fabricante de champanhe francês Michel Drappier ama os clientes russos: ele vende para eles milhares de garrafas todos os anos, as companhias aéreas nacionais servem sua marca na classe executiva e ela estava no menu quando Vladimir Putin visitou a França.
Mas Drappier teme que uma nova lei da Rússia para os rótulos de champanhe importado mine o princípio que ele considera sagrado: que apenas champanhe produzido na região de Champagne, na França, merece levar esse nome.
"A palavra 'champanhe' é mágica", disse Drappier, 62, na vinícola que ele e sua família possuem há sete gerações. "Temos que lutar para que nosso nome seja reconhecido, e não diluído", afirmou, ao lado de adegas empoeiradas de vinho que datam do século 12.
A Rússia adotou leis que exigem que produtores franceses usem um rótulo no lado de trás das garrafas vendidas na Rússia com a descrição "vinho espumante".
Em contraste, os fabricantes domésticos do que é conhecido na Rússia como "shampanskoye" não terão que usar esse tipo de rótulo. As ações do principal fabricante russo subiram depois que a lei entrou em vigor.
Em mais de 120 países, o nome "Champagne" tem o seu status protegido, reservado apenas para o vinho espumante da região de Champagne, da França.
"É o mundo de cabeça para baixo", disse Drappier, que assumiu o negócio do seu pai de 95 anos, e trabalha ao lado de seus três filhos. "Os russos estão colocando 'Champagne' em seus rótulos e nós não podemos."
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