Ensaio “Eu sou ‘Winnie, the Pooh’”, de Benjamin Béchet (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2012 às 14h37.
São Paulo – Racismo, intolerância e preconceito são os alvos que o fotógrafo francês Benjamin Béchet atacou com o ensaio “Je suis Winnie l'Ourson” (“Eu sou ‘Winnie, the Pooh’”). No trabalho, ele vestiu pessoas marginalizadas com roupas de super-heróis e de personagens infantis muito conhecidos.
Assim, um flanelinha se transformou em Homem-Aranha, uma prostituta virou Branca-de-Neve, um frentista, Batman, e uma empregada doméstica, Hello Kitty. Essa “brincadeira” quis contestar os pensamentos que simplificam as pessoas segregadas, que são “invisíveis” ou sofrem preconceito.
“Isso foi para servir de lembrete de que o que você vê nunca é o que você tem, que as pessoas são sempre mais complexas, que cada identidade é apenas parcial”, diz Béchet. O trabalho foi feito em Roma, cidade que, para o fotógrafo, é palco de uma onda de intolerância e violência contra uma parte da população.
Enquanto fazia as fotos, Béchet percebeu que as pessoas em volta se mostravam curiosas e se divertiam com a situação, mas não tem muitas esperanças de que o preconceito possa diminuir com o tempo.
“Eu temo que a tolerância e o altruísmo não serão conceitos da moda, ainda mais em contextos de crises”, afirma. Confira ao lado as imagens que ele registrou no ensaio.