Novidade deverá chegar às lojas neste ano (Ford/Divulgação)
Gabriel Aguiar
Publicado em 2 de maio de 2022 às 14h59.
A Ford F-150 finalmente será vendida no Brasil – de olho no sucesso das rivais Ram 1500, Ram 2500 e da recém-lançada Ram 3500, que vendeu mais de 1.100 unidades em 5h (apesar de sair a 484.990 na opção mais barata). E a chegada dessa novidade por aqui não é nenhuma surpresa: a picape veio ao Salão do Automóvel de São Paulo em 2018, ou seja, há mais de quatro anos.
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“A nova Ford F-150 vem para consolidar a nossa linha, ao lado da Ranger e da Maverick, e reafirmar a autoridade que construímos em picapes em todo mundo”, disse Daniel Justo, presidente da marca na América do Sul, em plena Agrishow, maior feira agropecuária do país, realizada em Ribeirão Preto (SP), quando o modelo foi apresentado e oficializado para o mercado brasileiro.
Ainda não foi confirmada a versão que chegará às lojas por aqui, mas, nos Estados Unidos – onde é o veículo mais vendido há 40 anos consecutivos – há central multimídia com tela de até 12 polegadas; assistente pessoal Alexa; equipamento de som da grife Bang&Olufsen com 18 alto-falantes (inclusive no teto e nos apoios de cabeça); e câmbio rebatível que dá espaço a uma mesa.
Na lista de comodidades dignas de carros luxuosos, a Ford F-150 pode reclinar os bancos dianteiros e levantar o assento para ficar totalmente plano, como se fosse uma cama. Na segunda fileira, existem porta-objetos com divisórias e fechadura com chave. Ainda existem tomadas com padrão doméstico, de até 240V e 30A nas versões de motorização híbrida e teto solar panorâmico.
Além disso, a picape tem (nos EUA) um sistema de condução semiautônomo com piloto automático que acelera e freia por conta própria graças ao conjunto de radares, sensores e câmeras. Mas existe a possibilidade de o veículo assumir totalmente o controle da direção em vias mapeadas da América do Norte, enquanto o motorista é constantemente vigiado para continuar atento.
Não foi somente no recheio que o fabricante caprichou: a nova F-150 tem estrutura com aços de alta resistência e carroceria produzida com alumínio (mais leve e inerente à corrosão). Nos EUA, de onde será importada, o modelo tem opções V6 2.7 com 330 cv de potência; V6 3.5 biturbo com 400 cv; V6 3.5 híbrido com 436 cv; e V8 5.0 com 405 cv – todos movidos somente a gasolina.
E não chega a ser surpresa que o tamanho seja igualmente superlativo: são 5,88 m de comprimento e 3,69 m de entre-eixos, distância suficiente para caber um Renault Kwid (que mede 3,68); mais de 2 metros de largura sem considerar os espelhos; e, de altura, 1,96 m. Na capacidade de carga, a F-150 também varia de acordo com a versão, mas, na V8 5.0, pode carregar até 1.039 kg.
Ainda haverá uma configuração totalmente elétrica, batizada Lightning, que já teve 200 mil reservas e esgotou totalmente antes mesmo de chegar às lojas. Entretanto, ao menos neste momento, não é cotada para nosso mercado (considerando que a demanda está aquecida para o mercado doméstico e o lançamento na América do Norte está previsto apenas para metade deste ano).
Ainda não há previsão de quanto a nova Ford F-150 custará aqui, mas é possível imaginar pelos rivais – no caso, a única concorrente até agora é a linha Ram, que varia de 460.990 reais (1500 Rebel) a até 529.990 reais (3500 Longhorn). Com o mercado aquecido para as picapes grandes, também é cotada a Chevrolet Silverado, outra representante da categoria, mas ainda não confirmada.
Para os brasileiros, a novidade ficará posicionada bem acima da Ranger, que já está nos últimos anos do ciclo de vida e, em breve, ganhará atualização completa. Por sua vez, a categoria de acesso tem a recém-lançada Maverick como representante, que é vendida em versão única por 233.310 reais e foi colocada como rival da Fiat Toro, atual vice-líder de venda entre os comerciais leves.
Além do Brasil, a F-150 já é comercializada em outros mercados da América Latina, como Argentina, Chile, Colômbia, Equador e Peru. Por aqui, ainda não está confirmada a data de chegadas, mas deve acontecer até o fim deste ano para tentar conter o avanço das concorrentes. Afinal, a Ram avançou 87% em 2021 e conquistou o título de marca premium que mais cresceu no Brasil.