Fluminense: junto ao Botafogo, times defendem o retorno em julho (Alexandre Loureiro/Getty Images)
Agência Brasil
Publicado em 16 de junho de 2020 às 14h25.
Última atualização em 16 de junho de 2020 às 16h21.
Depois de três meses de paralisação por conta da pandemia do novo coronavírus (covid-19), a volta do Campeonato Carioca 2020 tornou-se um impasse. Liderados pela Federação de Futebol do Estado do Rio (Ferj), os dirigentes dos 12 clubes da Série A reuniram-se virtualmente mais uma vez e, mesmo sem consenso, deixaram encaminhada a possibilidade de um Flamengo x Bangu na próxima quinta-feira (18). O encontro começou no final da tarde de ontem (15), seguiu até a madrugada de hoje (16) e ainda será retomada logo mais à noite, a partir das 20h. Foram quase sete horas de debate, em busca de um consenso, que não foi alcançado, e pode levar o caso para a Justiça. Fluminense e Botafogo defendem o retorno em julho e ainda não começaram os treinos presenciais. Ontem, o Ministério Público reforçou a recomendação para que a competição só recomece em condições específicas.
O presidente do Botafogo, Nelson Mufarrej Filho, não escondeu o descontentamento. “É uma decisão de profunda desconexão com a realidade. Infelizmente, a maioria dos clubes no Arbitral entendeu ser o momento de voltar a disputar jogos, a despeito do cenário caótico vivenciado. Fomos contrários. Além disso, a preparação física, após longo período sem contato com bola, precisa de um trabalho adequado. Acionei o Departamento Jurídico assim que acabou o Arbitral. O Botafogo vai buscar defender os seus interesses, caso as datas apresentadas sejam confirmadas. O futebol impacta sobremaneira a vida das pessoas e a mensagem para a sociedade que se deveria passar, neste momento, não é de competição ou disputas", afirma Mufarrej.
Apesar das flexibilizações da Prefeitura do Rio e do governo estadual, a Ferj sugeriu datas e espera o parecer oficial das secretarias de Saúde sobre o protocolo Jogo Seguro, desenvolvido com a participação de infectologistas e dos médicos dos clubes. Na reunião de ontem (15) ficou decidido que as equipes poderão fazer até cinco substituições, recomendação feita pela Fifa e já adotada em algumas ligas europeias com o objetivo de evitar lesões nos jogadores, após longo tempo de inatividade.
Ontem (16), o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) recomendou novamente à Ferj, à Prefeitura e ao governo estadual que não retomem o Carioca. “Ainda que sem público nas praças esportivas, na atual ‘situação de emergência em saúde’ em que se encontra o Município do Rio de Janeiro, diante do congraçamento típico dos eventos desportivos, fatalmente incentivará a aglomeração de pessoas no entorno dos estádios e a quebra das regras de isolamento social e de prevenção à covid-19”, diz a entidade, em nota oficial. Segundo o boletim da Secretaria Estadual de Saúde, divulgado na noite de ontem (15), há 80.946 casos confirmados e 7.728 óbitos por covid-19 no estado do Rio de Janeiro.
O último jogo do Campeonato Carioca ocorreu no dia 16 de março, com a vitória do Madureira, por 2 a 1, sobre o Volta Redonda.