As atrizes francesas Lèa Seydoux (e) e Adele Exarchopoulos, em Cannes: o filme pode render o prêmio de melhor atriz para a jovem Adéle (Valery Hache/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2013 às 12h53.
Cannes - Depois de nove dias de competição, o Festival de Cannes foi surpreendido, nesta quinta-feira, pelo poderoso e sensual "La vie d'Adele", do franco-tunisiano Abdellatif Kechiche, que narra o despertar sexual e a paixão de uma adolescente por uma jovem de cabelos azuis.
Adaptado livremente de uma HQ escrita por Julie Maroh, o filme tem as cenas sexuais mais gráficas e apaixonadas entre duas mulheres já vistas em Cannes.
O filme, que disputa a Palma de Ouro, pode render o prêmio de melhor atriz para a jovem Adéle Exarchopoulos, excepcional no papel de uma estudante de 15 anos que descobre a paixão e o desejo quando conhece Emma, interpretada por Lèa Seydoux.
A história entre as duas mulheres e, sobretudo, o magnífico retrato da jovem protagonista, Adèle, e a interpretação de Seydoux colocam o filme entre os favoritos para os prêmios, que serão anunciados no domingo pelo júri presidido por Steven Spielberg.
Kechiche disse que não teve medo de retratar o amor entre duas mulheres, mas o que impactou e conquistou a crítica foi o retrato psicológico e emocional das protagonistas.
Rodado em Lille, norte da França, o drama já teve os direitos vendidos para um distribuidor americano, apesar das três horas de duração.
O outro filme com personagens homossexuais na disputa pela Palma de Ouro, "Behind the Candelabra", que pode valer o prêmio de interpretação ao americano Michael Douglas, que retrata o extravagante pianista Liberace, e talvez a Matt Damon, na pele de seu jovem amante, não encontrou produtor ou distribuidor americano e foi financiado pelo canal por assinatura HBO, que o exibirá no próximo domingo.