Seleção de Handebol: o documentário traz uma retrospectiva cronológica e aborda as principais dificuldades da seleção nas últimas duas décadas (Al Bello/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de julho de 2016 às 14h03.
A conquista do Campeonato Pan-Americano de Handebol Feminino de 1999 deu mais visibilidade ao esporte e à seleção brasileira, que se classificava, pela primeira vez, para as Olimpíadas.
Apesar da vitória, no entanto, essas mulheres passaram pelas mais variadas dificuldades até alcançarem o título de campeãs do mundo, em 2013.
Inicialmente, a ideia de fazer um filme sobre o assunto partiu da marca Rexona, que patrocinou a produção. "Aceitei mais pelo desafio duplo, de falar exclusivamente sobre o universo feminino e sobre uma modalidade esportiva desconhecida", lembra o diretor, Pedro Jorge.
Então, disposto a retratar as histórias dessas atletas, o profissional deu início ao processo de criação de Meninas de Ouro.
"Os sucessos das mulheres precisam ser reconhecidos e mostrados. Acho que fazer esse filme exigiu cuidado, mas, acima de tudo, sensibilidade para retratar um esporte tão emocionante como é o handebol", completa.
O documentário traz uma retrospectiva cronológica e aborda as principais dificuldades da seleção nas últimas duas décadas.
Assim, deixa o espectador ansioso pelos próximos capítulos dessa longa jornada e permite que ele vibre a cada nova vitória que aparece no decorrer dos 80 minutos de filme.
"Essas mulheres são muito guerreiras. O handebol é um esporte que quase não tem visibilidade, o que ele tem hoje foi conquistado pelo trabalho diário dessas jogadoras. É impressionante o quanto elas precisaram superar as dores físicas e psicológicas para conquistar o Mundial de 2013. Catorze atletas chegaram machucadas e a fisioterapeuta fez um cálculo de 254 atendimentos durante o torneio", recorda Pedro.
Entre imagens de arquivo, trechos da cobertura do Campeonato Mundial e depoimentos recentes, a produção destaca a real necessidade de um perfeito equilíbrio mental, físico e tático das jogadoras.
Embora tenham passado por preconceitos, contusões, acidentes, encarado um AVC e até o luto, elas não deixaram de batalhar para que ganhassem o ouro, que veio a partir de forte trabalho conjunto entre atletas, comissão técnica e a Confederação Brasileira de Handebol.
Assim, torna-se essencial ressaltar a relação de carinho entre as atletas, que vivem a dor da outra e colocam todos esses sentimentos em quadra.
Além disso, é mostrada a inquestionável importância dos envolvidos, exaltando o técnico Morten Soubak (e aqueles que vieram antes dele) e incluindo toda a equipe, como médico, nutricionista, psicóloga e fisioterapeuta, por exemplo.
"Todos os atletas deveriam assistir ao filme. É para inspirar e emocionar, é uma história de superação - o esporte é isso, superação. É deixar a vaidade e o ego e olhar para o coletivo", garante Pedro. Dessa maneira, "Esse filme não é só sobre o handebol, mas é sobre superação", define o diretor.
Meninas de Ouro foi produzido pela Saravá Filmes, em coprodução com a ESPN Brasil e o Canal Azul, e com apoio da Confederação Brasileira de Handebol e da Agência Nacional de Cinema (Ancine).
O filme será exibido, pela primeira vez, no dia 27 de julho, às 23 horas, no canal ESPN. Vale lembrar também que a maioria das jogadoras que aparecem nas filmagens permanecem no time olímpico, que é um dos favoritos da modalidade na competição e terá a sua estreia no Rio 2016, no dia 6 de agosto, às 9h30, jogando contra a Noruega.
Confira o teaser de Meninas de Ouro: