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Filme brasileiro leva prêmio especial do júri em Veneza

Diretor de "Boi Neon" dedicou o prêmio a todos os membros da equipe, que se dedicaram a um filme que mistura elementos de ficção e documentário


	Cena de "Boi neon": filme mistura elementos de ficção e documentário
 (boi neon)

Cena de "Boi neon": filme mistura elementos de ficção e documentário (boi neon)

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Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2015 às 16h22.

Veneza - "Boi Neon", do brasileiro Gabriel Mascaro, ganhou neste sábado o prêmio especial do júri da seção Horizontes da 72ª edição do Festival de Veneza. 

Mascaro dedicou o prêmio a todos os membros da equipe, que se dedicaram a um filme que mistura elementos de ficção e documentário e no qual o gênero dos personagens fica propositalmente difuso.

"Como artista não faço distinção entre ficção e documentário, para mim a observação do mundo é híbrida e estamos sempre olhando e recriando a realidade. O fato de inventar é parte da experiência do mundo ordinário", explicou Mascaro em entrevista à Agência Efe após apresentar o filme em Veneza.

A história segue a vida diária de um grupo heterogêneo de pessoas que vive ao redor das vaquejadas, um tipo de rodeio muito popular no qual dois vaqueiros a cavalo têm de alinhar o boi até emparelhá-lo entre os cavalos e conduzi-lo ao objetivo - duas últimas faixas de cal do parque de vaquejada -, onde o animal deve ser derrubado.

O protagonista, Iremar (Juliano Cazarré), se ocupa dos animais enquanto sonha em se transformar em estilista de moda; Galega é uma dançarina exótica que entretém os homens que participam dos espetáculos; Cacá é sua filha, uma menina criada em um ambiente totalmente livre; Zé é um novo trabalhador obcecado por seu cabelo.

Todos eles conformam, de alguma maneira, uma família no mundo surrealista criado por Mascaro.

"É uma alegoria simbólica muito forte do que se passa no Brasil atual, com um crescimento econômico rápido, acelerado, que tem um grande impacto nas relações humanas. Esse é o ponto de partida, ver como os personagens estão vivendo em um novo contexto e buscando um novo significado para um Brasil contemporâneo".

Tão belo quanto árido, o filme foi muito bem recebido em Veneza e é o segundo longa-metragem de um diretor que anteriormente se dedicou exclusivamente aos documentários.

Mascaro ganhou o prêmio especial de uma seção na qual também concorria sua compatriota Anita Rocha da Silveira com "Mate-me por favor". 

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