Amor e Sexo: assim que começou, o programa logo chegou aos Trending Topics do Twitter (Rede Globo/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 27 de janeiro de 2017 às 17h52.
Última atualização em 27 de janeiro de 2017 às 17h53.
"Hoje é o seguinte: vamos esclarecer conceitos, limpar rótulos, e gritar que a luta pela igualdade de direitos, desde a queima dos sutiãs, segue firme e forte."
A reestreia do programa Amor & Sexo, na Rede Globo, começou com esta fala da apresentadora Fernanda Lima. Ela, que também é responsável pelo roteiro do programa, conseguiu colocar em pauta na maior emissora do País uma discussão mais do que necessária na noite de ontem, quinta-feira (26): direito das mulheres.
E a principal ordem do programa foi:
"Vocês, meninos, agora só vão sentar e ouvir" 👏 #AmorESexo pic.twitter.com/YHikC9SBa0
— gshow (@gshow) January 27, 2017
Direitos das mulheres, igualdade de gênero, homofobia, transfobia e machismo foram trabalhados no programa de forma didática e contundente.
Karol Conka, Elza Soares, Gaby Amarantos, Djamila Ribeiro, Antonia Pellegrino e Monique Prada, direcionaram o debate junto com Fernanda Lima. E, do elenco fixo, Otaviano Costa, Mariana Santos, José Loreto, Dudu Bertholini, Eduardo Sterblitch.
Assim que começou, o programa logo chegou aos Trending Topics do Twitter:
Sobre assistir o programa amor e sexo ontem e hoje vir trabalhar com uma blusa, sem sutiã 👏👏 #amoresexo2017
— Ruh Mozetic 🦣🧉🍓🐞🪷 (@ruhmozetic) January 27, 2017
https://twitter.com/Juu_braz/status/824805834999881728?ref_src=twsrc%5Etfw
#amoresexo2017 FEMINISMO NA GLOBO!
— Brasil Feminista (@brasilfeminista) January 27, 2017
Hoje eu to toda piranha do amor assistindo #AmoreSexo2017
— Narla Sousa (@narlassou) January 27, 2017
Feminismo sendo gritado em cadeia nacional!
Arrepiei.
Sorri.
Chorei. #AmorESexohttps://t.co/ebJZtvAbAQ— ➰ Joy➰ 🍷 1️⃣3️⃣⭐️ (@eujoyfernandes) January 27, 2017
https://twitter.com/lorakasor/status/825008550808322049?ref_src=twsrc%5Etfw
#AmorESexo Tô chocado com esse programa ainda! Parabéns! pic.twitter.com/1OpUDeUt6u
— bruno (@babybaek01) January 27, 2017
https://twitter.com/Thai_vtrg/status/825007305607565312?ref_src=twsrc%5Etfw
#AmorESexo até agora nos TT'S 👏👏 isso sim é um lacre pic.twitter.com/xm6SEzPzrK
— Carol Faria (@CarolFariaMusic) January 27, 2017
Em entrevista ao Ego, Fernanda Lima disse: "Estou muito satisfeita com essa décima temporada, com o que a gente conseguiu, com as músicas costurando todo o programa, falando mais uma vez de assuntos que a gente considera muito relevantes e, por incrível que pareça, a cada ano surgem ainda mais assuntos que precisam ser debatidos. Posso dizer que a gente tem aprofundado mais esses assuntos, mas nunca deixa de se divertir".
O programa trouxe questões tão importantes sobre feminismo e igualdade de gênero que, por isso, aqui estão três momentos do Amor & Sexo desta quinta (26) que valeram muito assistir -- e vale a pena ver de novo:
Junto com Fernanda Lima, as bailarinas e convidadas do programa "queimaram" sutiãs detonar estereótipos e ideias naturalizadas pelo pensamento machista. "Eu não mereço ser estuprada", "Eu não preciso vestir 36" foram algumas delas. Assista:
Após Fernanda Lima conversar com os convidados sobre representatividade das mulheres em cargos altos de empresas e também na política, Otaviano Costa fez o seguinte comentário: "Eu também queria propor uma reflexão sobre uma brincadeira que a gente fez aqui. Quando a gente colocou de cara, aqui, um on off na gente, aqui, nos homens, eu me senti excluído de um movimento que eu estou afim de defender pra caramba. Então eu acho que antes de fechar as bocas, ouçam as ideias"
E Gaby Amarantos, que estava ao lado de Otaviano, retrucou:
"Eu acho que a gente já ouviu muito a voz dos homens. Agora é a nossa vez de falar. Os homens precisam entender isso: "É a minha vez de deixar elas falarem". As mulheres já ficaram muitos anos caladas."
Ao final da fala de Gaby, ele disse "é, mas eu não concordo". Assista ao momento aqui.
Gaby Amarantos dando aquele chá de se situa para cima do Otaviano Costa que tá querendo roubar protagonismo no feminismo. #AmorESexo
— COWBOY DA MADONNA (@hicetnunclux) January 27, 2017
O chamado lugar de fala é algo que é muito discutido em debates sobre direitos das mulheres, LGBT e movimento negro. Ou seja, quem sofre preconceito fala por si, como protagonista da própria luta e movimento. Por isso, a participação de homens no debate feminista é tão discutida.
Em determinado momento do programa, Fernanda Lima diz:
"Olha só, eu reconheço o meu lugar de mulher branca, eu nunca senti a dor de uma mulher negra e, por isso, eu também não posso falar sobre essa dor. Mas como mulher e cidadã que acredita na igualdade eu não quero ficar longe dessa luta e nem de tantas outras lutas que a gente faz questão de levantar aqui no programa ano após ano."
Em seguida, ela pergunta a Djamila Ribeiro como é que ela pode ajudar nessa luta. E Djamila responde: "Primeiro eu acho que é o reconhecimento, mesmo do privilégio. Depois é preciso entender que como mulheres, nós somos diversas e que mulheres negras, por combinarem opressões como o racismo e o machismo acabam ficando em um lugar muito maior de vulnerabilidade. E, depois, dentro do movimento, se somar às nossas questões, dar visibilidade às questões das mulheres negras, e que sem as mulheres negras, que é a maioria das mulheres no Brasil, não existe feminismo. Se mulheres negras são mulheres, necessariamente o racismo tem que ser uma pauta feminista".
O momento de maior seriedade aconteceu quando o tema da violência contra a mulher entrou em pauta, sendo expressa em números para ninguém duvidar. Atualmente, o Brasil é o quinto país do mundo em um ranking de violência contra a mulher.
Em seguida, Elza Soares, cantou ao lado de Karol Conká, e encerrou o programa com a canção Maria de Vila Matilde, música que fala sobre violência doméstica e faz um clamor para que as mulheres denunciem no ligue 180 a violência que sofrem dentro de casa.
Assista o programa na íntegra aqui.