O atacante Bernard discute com Felipão durante a trágica semifinal do Brasil contra a Alemanha (Reuters/Ruben Sprich)
Da Redação
Publicado em 8 de julho de 2014 às 20h39.
Belo Horizonte - Enquanto o Brasil sofreu, nesta terça-feira, a maior derrota da sua história, não só no placar (o mais elástico em quase 100 anos de seleção), mas também em repercussão.
Ao mesmo tempo, a Alemanha teve uma das maiores atuações da história do futebol, numa vitória maiúscula, dentro do País do Futebol, numa semifinal de Copa do Mundo, por 7 a 1.
Por isso, na entrevista coletiva pós-jogo no Mineirão, o técnico Luiz Felipe Scolari exaltou o futebol do alemães.
"A equipe da Alemanha foi maravilhosa. (Um placar como esse) não vai acontecer nunca mais com a Alemanha e nem para nós. A Alemanha impôs um ritmo maravilhoso. Era o dia em que tudo o que a Alemanha fazia dava certo. Fizeram o melhor jogo do Mundial e nós fizemos o pior jogo do Mundial", comentou Felipão.
"Perdemos um jogo para uma grande seleção. Foram cinco bolas e cinco gols. Foi pela qualidade e nós respeitamos isso", assegurou.
O treinador foi questionado sobre a influência da ausência de Neymar na partida que colocou a Alemanha na final da Copa e relegou o Brasil à decisão do terceiro lugar.
De acordo com Felipão, porém, o melhor jogador da seleção não poderia fazer nada para evitar o vexame. "Poderiam fazer (os 7 a 1) com o Neymar também. O Neymar é um atacante e não poderia evitar os gols. Não vamos arranjar uma desculpa", pediu.
Felipão também descartou a hipótese de que a grande pressão sobre os atletas da seleção tenha feito mal a eles.
"Os jogadores sabiam desde o início que nossa obrigação era sermos campeões. Não é pressão nenhuma sobre eles. Não tem arrependimento e não tem porque cobrar alguma coisa diferente deles. Hoje (terça) deu errado em 10 minutos de jogo."
Sobre o jogo em si, Felipão disse que confiava que, com Bernard no ataque, o Brasil fosse ganhar o meio-campo.
"Imaginava que nós poderíamos fechar o setor do meio-de-campo. Estava tudo organizado até a hora do primeiro gol. Depois é que nós nos desorganizamos. Ficamos um pouco em pânico e as coisas foram acontecendo. Não tenho que me arrepender da escolha que fiz", comentou.
Na opinião do treinador, o gol marcado por Müller aos 10 minutos, numa falha da zaga brasileira após cobrança de escanteio, mudou todo o jogo.
"O que aconteceu é muito diferente do que nós temos e daquilo que nós jogamos. Até o primeiro gol, o jogo era praticamente idêntico e nós estávamos melhores do que a Alemanha. Deu uma pane depois do primeiro gol. Houve um descontrole, não é normal, mas acontece", disse.
Ao fazer quatro gols em 6 minutos e 40 segundos, a Alemanha deslanchou. "Depois de 5 a 0, você vai arriscar, vai correr atrás para honrar a camisa e mostrar que aquilo foi um desastre. Ainda tivemos algumas chances, criamos alguma coisa mais."
Felipão ainda refutou as críticas por não ter mexido no time antes de o placar ficar tão elástico.
"Trocar um ou dois quando a gente está em pane não vale a pena. Foi um gol atrás do outro. Foi um branco que deu total. Nós tentávamos falar com o pessoal para organizar um pouquinho. Não tinha o que fazer naquela oportunidade", lamentou.