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Feira Frieze começa hoje em Nova York com 6 galerias brasileiras

Mais de 65 galerias de 17 países participarão da feira, sendo a maioria da Europa e dos Estados Unidos, mas também de países como a China, a Guatemala e o Brasil

Frieze Nova York 2021. (Casey Kelbaugh/Frieze/Flickr)

Frieze Nova York 2021. (Casey Kelbaugh/Frieze/Flickr)

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Julia Storch

Publicado em 18 de maio de 2022 às 06h00.

Última atualização em 18 de maio de 2022 às 08h27.

O universo dos marchands e de feiras de arte se transformou em março de 2020, durante a Tefaf holandesa, que estava com alta nas vendas dos artefatos históricos, um dos participantes se contaminou com o coronavírus, e na época em que as máscaras ainda não faziam parte da rotina, a feira foi encerrada. De lá para cá, o cenário se adaptou, com feiras e leilões online e alta nas vendas em 2021. Hoje (18), se inicia a feira de arte Frieze, em Nova York, cidade responsável por 90% das vendas de arte dos Estados Unidos. Com o fim das restrições e o anseio por viagens e encontros, a retomada dos eventos presenciais pode atrair novos marcos para as feiras de arte.

Assim como em 2021, a Frieze nova iorquina segue com o mesmo número de expositores. Serão 65 galerias de 17 países, sendo a maioria da Europa e dos Estados Unidos, mas também de países como a China, a Guatemala e o Brasil.

Para esta edição, galerias como Jaqueline Martins preveem alta nas vendas. "A demanda que temos de pedidos do nosso preview da feira é excepcional, na maior parte por art advisors, players importantes no mercado americano", comenta a galerista.

Além da galeria paulistana, outras cinco representarão o Brasil em Nova York. Entre estas Fortes D'Aloia & Gabriel, Luisa Strina, Mendes Wood DM, Marilia Razuk e Sé.

Para Fernanda Feitosa, diretora e idealizadora da SP-Arte, a digitalização do setor foi a maior mudança que ocorreu nos últimos anos. Após uma edição online e outra híbrida, em abril, a SP Arte voltou ao pavilhão da bienal no Parque Ibirapuera com 130 galerias.

“Dos grandes centros, como Londres e Nova York, até os mais locais, como Brasil, Argentina e México, o mercado de arte global era fundamentalmente baseado em encontros presenciais. Tudo acontecia no mundo físico. Na música, no cinema e na economia criativa, a digitalização já era empregada, mas isso não acontecia no mesmo nível com museus, galerias de arte e instituições culturais. O presencial era um elemento muito forte quando falamos das artes visuais. Você não via uma exposição ou apreciava as obras de um artista pela internet. Quando tudo parou, o mundo da arte passou a adotar a digitalização. Saiu mais forte”, disse.

Sem título. Xerografia sobre papel. Hudinilson JR, 1980. (Galeria Jaqueline Martins/Divulgação)

Outro ponto que se refere ao digital e que cresceu nos últimos meses são as vendas de NFTs. Segundo pesquisa The Art Market 2022, feita pela feira Art Basel, grandes casas de leilões como Sotheby's e Christie's venderam 230 milhões de dólares em NFTs em 2021. Em 2019 os NFTs de arte representaram apenas 2% do valor de todas as vendas de NFT, segundo o relatório.

Já no ano passado, arte e colecionáveis ​​representavam a maior parte do valor das vendas de NFT (63%), porém a arte foi o componente menor das vendas dos dois (com 14%).

Ainda que a pandemia tenha retraído as vendas de arte em 22% em 2020, no ano passado, as vendas de arte e antiguidades feitas por negociantes e casas de leilões atingiram cerca de 65,1 bilhões de dólares, segundo o relatório. Isso representou um aumento nas vendas de 29% em relação a 2020, com valores também superando os níveis pré-pandemia de 2019.

Para a Frieze, a galeria Jaqueline Martins se uniu com a galeria Marilia Razuk para apresentar os trabalhos dos artistas Hudinilson Jr. (1957-2013) e Leonilson (1957-1993). O projeto faz parte da estratégia de reposicionamento de artistas históricos em instituições.

O projeto propõe um diálogo entre os dois artistas que foram figuras provocativas no cenário da arte contemporânea no Brasil entre os anos 1980 e 1990, devido ao seu engajamento com o ativismo político, pesquisa estética e experiências pessoais.

Pertencentes à mesma geração, Hudinilson Jr e Leonilson promoveram discussões sobre a homoafetividade, a discriminação e a epidemia de HIV/AIDS.

"Uma obra de arte tem várias camadas de informação e muitas vezes presencialmente, e com tempo, é que conseguimos repassar todo o conhecimento que temos. O mercado online de obras funcionou e veio para ficar, porém a volta presencial é muito importante. Trocar com uma pessoa, entender seu interesse, acaba sendo uma experiência mais rica."

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