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Fausto Fawcett lança livro "Favelost" e faz show em SP

O bardo de Copacabana, acompanhado de sua trupe musical, lança o livro-show. Fawcett é autor de hits antológicos do pop nacional, como "Kátia Flávia, a Godiva do Irajá"

Fausto Fawcett em apresentação no Aeroanta, em 89 (Kid Heredia/Bizz)

Fausto Fawcett em apresentação no Aeroanta, em 89 (Kid Heredia/Bizz)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2012 às 10h57.

São Paulo - Fausto Fawcett começaria assim: esta noite, no gueto do capitalismo exacerbado, na pororoca urbana do Baixo Augusta, vítimas do sedentarismo emocional, cobaias humanas e outros desalojados afetivos vão se descobrir à deriva em uma distopia eletrizante chamada Favelost.

É por aí mesmo. Nesta segunda-feira à noite, no Teatro e Bistrô Estação Caneca, às 20h, Fausto Fawcett, o bardo de Copacabana, acompanhado de sua trupe musical, lança o livro-show "Favelost" (Editora Martins Fontes, 244 págs., R$ 39,90).

Quarto livro do cantor, compositor, dramaturgo, roteirista e visionário carioca Fausto Fawcett, "Favelost" se equilibra em uma narrativa de cadência musical, "DJs especializados em scratches de ladainha à procura do funk oculto na cabala, bailes de ortodoxias, realejos muçulmanos com o corpo tatuado com arabescos", e repovoa de personagens híbridos a fauna do autor: Júpiter Alighieri, Eminência Paula, Madalena Chaparral, Jesus de Barrabás, Batman de Dostoievski.

"Favelost" reúne quatro histórias paralelas, passadas no que Fawcett chama de "mancha urbana", um futuro em que as metrópoles Rio e São Paulo terão se unido e entre elas haverá uma gigantesca favela sem regras civilizatórias. "E essa mancha acontece de forma tão violenta que você não tem mais Taubaté, Pindamonhangaba, Volta Redonda, todas essas cidades se tornam localidades dentro da mancha urbana. Não há mais municípios, foram engolidos por essa avalanche de gente, viraram espécies de bairros dentro da superfavela. Aí, a notícia dos atores de Lost jogados na 'nova Canaã', e toda aquela mancha acaba sendo apelidada de Favelost".

Do livro nascem as letras das canções (ele chama de ópera-rap), excertos que ganham vida própria sob bases de solos de Jack White, cantos gregorianos, Rolling Stones, guitarras e títulos inacreditáveis: "Terreno das Vísceras Abandonadas", "Beco das Bíblias Bastardas", "Os Céus Estão Explorados Mas Vazios", "Reza Ponto Funk", "Patricinhas Vorazes", "Fanáticos Online". "Quando bate um Gengis Khan no coração...", diz a letra de "Asia 666", sob um clima de megalópole de "Blade Runner", uma miscelânea urbana.

Fausto Fawcett é autor de hits antológicos do pop nacional, como "Kátia Flávia, a Godiva do Irajá" (com o guitarrista e eterno parceiro Laufer, 1987), "Rio 40 Graus" (com Laufer e Fernanda Abreu, 1992), "Garota Sangue Bom" (1994) e "Balada do Amor Inabalável" (com Samuel Rosa, 1998).


Em 1987, mudou a música pop ao lançar o disco "Fausto Fawcett e os Robôs Efêmeros", uma antevisão da cena do hip-hop, do funk de linha de montagem e da crônica da mundanidade carioca. Gravou três discos com os Robôs Efêmeros: "Fausto Fawcett e os Robôs Efêmeros" (1987), "Império dos Sentidos" (1989) e "Básico Instinto" (1993).

Antes de "Favelost", havia publicado três livros: "Santa Clara Poltergeist" (1990), "Básico Instinto" (1992) e "Copacabana Lua Cheia" (2001). Escreveu também quatro peças, sendo três delas em parceria com Hamilton Vaz Pereira, "Olhos Ardentes" (1985), "Amizade de Rua" (1986) e "Ataliba, a Gata Safira" (1988) -, e outra com o diretor Henrique Tavares, "Cidade Vampira" (2005). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Favelost

Estação Caneca (Rua Frei Caneca, 384, Consolação). Tel. (011) 2371-5744. Segunda, das 20 h às 22 h - com lançamento do livro e show.

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