Desfile de Fause Haten durante o SPFW na Av. Paulista: o desfile, uma performance urbana, ou um flash mob fashion, parou por instantes a faixa de pedestres da avenida (Marcelo Soubhia/ FOTOSITE)
Da Redação
Publicado em 31 de outubro de 2013 às 10h43.
São Paulo - O terceiro dia de desfiles da São Fashion Week Outono-Inverno 2014 teve clima de Occupy São Paulo. Muito urbanismo e moda utilitária. A jornada começou com um endereço: Avenida Paulista, 2.064. Em plena rua, Fause Haten trouxe sua nova coleção e apresentou sua proposta de moda que vai além do show de roupas e ocupa a cidade.
A expectativa em torno da apresentação era grande há algumas semanas. E, ao divulgar o endereço apenas uma hora e 15 minutos antes do horário marcado, às 10h15, o estilista mobilizou os fashionistas para a esquina da Paulista com a Rua Augusta.
O desfile, uma performance urbana, ou um flash mob fashion, parou por instantes a faixa de pedestres da avenida para que Fause e suas modelos passassem com looks coloridos, com franjas, plumas e perucas para compor o styling.
Em clara referência à cultura hindu, os looks traziam estampas das divindades indianas e modelos com perucas que remetiam ao universo mangá.
Para acompanhar, o estilista convocou os bailarinos da Cia Hiato, que conduziram as modelos do backstage (no Conjunto Nacional) até a calçada oposta. Os bailarinos levaram também uma caixa de som, típica dos protestos que tomam conta da Paulista todos os dias (a propósito, um protesto passou por lá durante o desfile).
Então, começaram uma performances de dança indiana, o cosmic dance, com o coreógrafo Thiago Amaral à frente. Todos de dourado, com turbantes verde e roxo, fizeram um contraponto colorido e lúdico, no melhor estilo color block, ao tom black block que a metrópole tem sido palco.
Em seguida, o Teatro Municipal virou palco fashion e abrigou o desfile da Ellus, que apresentou sua coleção de inverno 2014 no salão nobre do teatro. Lá, um coral de 40 vozes masculinas e a top Carol Trentini.
Segundo o estilista da marca, Rodolfo Souza, "a coleção parte de uma ideia de expedição de montanha, em que os elementos utilitários dos esportes montanhescos migram para o jeanswear de luxo".
Nessa levada, a marca apresentou uma coleção esporte, com o denin sem lavagem e com tingimento natural que aparecem em calças, macacões e coletes.
As peças recebem aplicações de couro, franjas e bordados florais negros. Texturas de tweed e jacquard aparecem em jaquetas que ganham golas de pele ecológica de ovelha.
O único desfile de moda masculina do dia, de João Pimenta, também trouxe uma proposta utilitária ao trazer uma modelagem básica para um homem real.
"Tenho cada vez mais feito peças por encomenda. E os clientes que me procuram têm barriguinha, ombros largos, gordurinhas. Desenvolvi uma estrutura que chamei de tubular. Com ela, que é básica, posso vestir o homem e ajustar o que for preciso", contou o estilista, que se inspirou no "Brasil que sente frio", ou seja, o sul do País, e trouxe nas estampas o xadrez e nas cores uma pesquisas de tons de vinho e cru.
Já a Forum desembarcou em São Paulo com uma coleção que traz elementos característicos da metrópole. Urbana e casual, em que os prédios, postes, fios, ruas, noite, carros e faróis servem como inspiração para looks que trazem formas arquitetônicas e grafismos.
O edifício Copan, por exemplo, é homenageado em vestidos e casacos longos que ganham estampas e traços de sua arquitetura. Os galpões industriais da Mooca também tem seu espaço na coleção de Marta Ciribelli, assim como a Bienal do Parque do Ibirapuera que tem sua arquitetura desenhada em vestidos Midi. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.