Fasano Angra dos Reis (Fasano/Divulgação)
Guilherme Dearo
Publicado em 23 de outubro de 2019 às 07h00.
Última atualização em 23 de outubro de 2019 às 07h00.
A sina de inúmeros restaurantes de hotéis, talvez a maioria, é perder, no quesito animação, até para as bibliotecas. Em geral abarrotados no café da manhã, vários se mantém às moscas no resto do dia - e levam muitos hóspedes a considerar a experiência do room service bem mais apetitosa que a de comer cercado de mesas vazias.
Talvez por ter abocanhado a hotelaria só depois de virar uma referência gastronômica, o Fasano foge à regra como poucos. Os bares e restaurantes dos sete hotéis do grupo costumam ter vida própria e atrair um número considerável de não hóspedes, magnetizando também quem está hospedado.
Pegue o Crudo de exemplo. No início da noite de 5 de outubro, um sábado, o principal restaurante do Fasano Angra do Reis não dispunha de uma única mesa livre. Carlos Alberto Parreira, ex-técnico da Seleção, ocupava uma delas com familiares.
Deu para concluir que a maioria dos clientes não estava hospedada. Àquela altura, o casamento organizado naquele fim de semana no hotel, a principal razão da falta de quartos, estava a pleno vapor.
Inaugurado em dezembro de 2017, o hotel está localizado dentro do condomínio FRAD.E, que se espalha por 17 milhões de metros quadrados e está localizado a 190 quilômetros do Fasano carioca, na Praia de Ipanema.
Para quem vai de São Paulo, um alento: a companhia aérea Flapper opera voos em jatinhos para até nove passageiros que partem do Campo de Marte, na Zona Norte, e terminam, cerca de 55 minutos depois, no centro de Angra dos Reis. No final de semana, o trecho custa R$ 950 por pessoa. Com sorte, dependendo da demanda, pode sair por R$ 300 (flyflapper.com).
Desde junho, o comando do Crudo e dos demais restaurantes do hotel, o Marea e o Praia, passou para as mãos do chef italiano Jonathan Lauriola, em substituição a Pedro Franco - Luca Gozzani segue no posto de chef executivo do grupo.
O novo mandachuva estreitou laços com produtores da região - as vieiras carnudas e o peixe bijupirá, por exemplo, são pescados na vizinha Ilha Grande e chegam ao Fasano em minutos - e planeja incluir pratos para serem compartilhados.
No Crudo, ele serve entradas como vieiras marinadas ao grapefruit e limão siciliano com dill e cebolette (R$ 77) e principais como polvo grelhado com alcachofra salteada e tomate cereja (R$ 105) - no total, a cozinha prepara 25 tipos de pescados e frutos do mar. O irrecusável tiramisù é uma das opções de sobremesa (R$ 38).
A proposta do restaurante, que funciona só à noite, é mostrar que os peixes crus também são abraçados pela culinária italiana - e não um monopólio da cozinha japonesa. A pedidos, no entanto, o endereço incluiu no menu uma seção assinada por Jun Sakamoto. O mix com seis tirashis, servidos numa caixa de bambu (R$ 105), é uma das criações do festejado sushiman.
Concebido pelo extinto escritório de arquitetura Bernardes + Jacobsen, o mesmo do Museu de Arte do Rio (MAR), o Fasano Angra é o único pé da areia do grupo. Tem sessenta quartos - os menores com 50 metros quadrados, os maiores com o dobro disso -, equipados com tudo que se espera de um Fasano, como camas king-size e lençóis de algodão egípcio com 300 fios.
Um Spa de 2 mil metros quadrados agrupa oito salas de tratamentos, uma piscina aquecida, só para adultos, e duas saunas. Há ainda piscinas externas e atividades como passeios náuticos entre as 365 ilhas da região, aulas de yoga na praia e meditação ao pé de uma cachoeira. As diárias partem de R$ 1.963, com café da manhã incluso. www.fasano.com.br