"Pink Floyd, Their Mortal Remains" ("seus restos mortais") poderá ser vista de 13 de maio a 1 de outubro (Victoria and Albert Museum/Divulgação)
AFP
Publicado em 10 de maio de 2017 às 17h51.
Última atualização em 23 de outubro de 2018 às 11h38.
As guitarras de David Gilmour e o manuscrito de "Another Brick In the Wall" são destaques na grande exposição do museu Victoria e Albert de Londres dedicada à banda psicodélica britânica Pink Floyd.
Esta é a "maior exposição" já dedicada à banda, com cerca de 350 objetos, entre eles instrumentos, partituras, capas de discos, fotografias, entrevistas e trechos de músicas, disse à AFP a curadora Victoria Broacke.
"Pink Floyd, Their Mortal Remains" ("seus restos mortais") poderá ser vista de 13 de maio a 1 de outubro, coincidindo com o 50º aniversário do lançamento do primeiro álbum do grupo, "The Piper at the Gates of Dawn".
Era 1967 e o mundo estava descobrindo o rock progressivo deste grupo formado dois anos antes por quatro estudantes: Roger Waters, Richard Wright, Nick Mason e Syd Barrett, que foi substituído por David Gilmour em 1968.
Esta época é abordada na primeira parte da exposição, que explora a cena 'underground' da Londres dos anos 1960.
Na parede de uma sala iluminada com cores e desenhos psicodélicos, os visitantes podem ver um pôster anunciando um show do Pink Floyd no UFO, um clube efêmero de música vanguardista.
"Vivíamos uma vida de hippies, experimentando com LSD, fumando cannabis, lendo Kerouac", afirmou à AFP Aubrey "Po" Powel, diretor criativo da banda que participou da concepção da mostra.
"Eles estavam tocando qualquer coisa, de uma maneira amadora, mas de um jeito muito inglês, muito excêntrico (...). Eram os queridinhos da cena underground de Londres. Nunca imaginei que, 50 anos depois, teríamos uma exposição dedicada a eles aqui", acrescentou.
Aqueles primeiros anos foram marcados pelo comportamento errático de Syd Barrett, cuja personalidade sensível, saúde frágil e uso de drogas não se adequavam à popularidade crescente do grupo.
Prova disso é uma carta da BBC de 1967, incluída na exposição, que pede explicações à banda sobre o desaparecimento "inexplicável" do cantor e guitarrista durante a gravação de um programa.
Concebida como uma viagem "imersiva" e "multissensorial", a exposição deixa espaço para a música e oferece aos visitantes fones de ouvido que permitem descobrir as diferentes fases do Pink Floyd.
Na sala dedicada ao álbum "Wish You Were Here" (1975), pode-se ouvir entrevistas de Roger Waters e David Gilmour, explicando como criaram a canção que dá nome ao disco, uma das mais famosa da banda, escrita em homenagem ao seu antigo colega Syd Barrett.
"É um tipo muito simples de música country. Mas devido a sua ressonância e carga emocional, é uma das melhores", explica David Gilmour.
Uma das atrações da mostra é a instalação de 22 metros de comprimento e sete metros de altura que reproduz a capa do disco "The Wall" (1979), sobre a qual plana o aterrorizante professor que apavora as crianças na célebre ópera-rock da banda.
A retrospectiva acaba em uma grande sala dedicada aos últimos shows do grupo com a formação completa, em 2005, com 25 alto-falantes que dão aos visitantes a sensação de estarem no palco rodeados pelos membros do Pink Floyd.
Com essa mostra, o museu Victoria e Albert espera repetir o sucesso da exposição dedicada a David Bowie, que foi vista, até agora, por 1,8 milhão de pessoas no mundo todo.