Espectadores usam máscara da rainha e do príncipe Philip, duque de Edimburgo, em varanda perto da Tower Bridge (WPA Pool/ Getty Images)
Da Redação
Publicado em 5 de junho de 2012 às 21h40.
Londres - O êxito do Jubileu de Diamante da rainha Elizabeth é uma boa notícia para os organizadores dos Jogos Olímpicos de Londres, diante das grandes preocupações das autoridades quanto ao sistema de transporte e à segurança durante o evento.
O transporte público funcionou e não houve incidentes nas grandes celebrações de três dias em Londres pelos 60 anos de reinado, que cumpriram o horário previsto com pontualidade britânica e chegaram a congregar em um só dia mais de 1 milhão de pessoas, apesar do mau tempo.
Essas concentrações ocorrem um mês e meio antes de a capital britânica acolher a terceira Olimpíada de sua história, evento que deve atrair milhões de turistas de 27 de julho a 12 de agosto.
De domingo até esta terça-feira, a gigantesca Londres - uma das maiores cidades do mundo, com 8 milhões de habitantes - louvou a rainha britânica, de 86 anos, e encheu ruas, praças e vitrines com bandeiras ''Union Jack'', fervor que não se viu abalado pelo frio ou pela chuva.
Na celebração do Jubileu de Diamante, a capital exibiu um ambiente festivo e cívico, exaltando aspectos de sua identidade cultural, desde sua mundialmente conhecida música pop à marca James Bond, algo que previsivelmente se repetirá nos Jogos Olímpicos.
A isso contribuiu a presença de centenas de milhares de cidadãos que, com humor, exibiram máscaras da família real nas ruas, mas também a rede de TV pública ''BBC'', que vai exibir os Jogos Olímpicos, que retransmitiu sem intervalo os diversos momentos desta popular celebração monárquica.
Foi especial para os organizadores dos Jogos saber que o metrô de Londres - o mais antigo do mundo com quase 150 anos - funcionou sem colapsar, apesar das multidões que, no domingo, chegaram a 1,2 milhão de pessoas pelo histórico passeio fluvial de mil navios no rio Tâmisa liderado por Elizabeth II, algo nunca visto em 350 anos.
Calcula-se que, na segunda-feira, cerca de 500 mil pessoas se aglutinaram nas imediações do Palácio de Buckingham para ouvir - algumas não puderam ver, pois só foram sorteadas 12 mil entradas - o megashow que reuniu música de seis décadas em homenagem à longeva soberana, que nos últimos dois dias não esteve acompanhada do marido, o duque de Edimburgo, hospitalizado por uma infecção de bexiga.
Nesta terça-feira, também foram centenas de milhares de pessoas que se amontoaram nas ruas do centro de Londres para ver a família real e a saudação da rainha, encerrando assim as celebrações do Jubileu de Diamante.
Durante os Jogos Olímpicos de Londres as aglomerações se repetirão em aeroportos, metrô e cidade olímpica da capital, durante mais dias - um total de 17 sem contar os paralímpicos - e o tempo também deve ser úmido, como corresponde ao verão inglês.
Uma das maiores preocupações das autoridades são as centenas de milhares de deslocamentos adicionais que serão realizados no metrô de Londres, onde a duração dos trajetos poderia chegar a dobrar.
Por isso, as autoridades municipais pediram aos londrinos que, se possível, vão andando ou de bicicleta ao trabalho, e milhares de funcionários poderão trabalhar de casa.
A segurança durante os Jogos é a outra grande preocupação, que significará a iniciada de uma enorme operação militar, a maior desde o final da Segunda Guerra Mundial, com 42 mil soldados e um custo de quase 700 milhões de euros.
No dia seguinte ao 6 de julho de 2005, quando ganhou a oportunidade de sediar os Jogos Olímpicos de 2012, Londres sofreu um trágico atentado no sistema de transporte, que matou 56 pessoas, entre elas quatro terroristas suicidas de origem paquistanesa.
A 30ª Olimpíada da era moderna será inaugurada dentro de 52 dias em Londres pela ''rainha de diamantes''.