Taís Rochel: vivendo na Austrália, a ex-atleta comanda a equipe Blacklords Fencing Club (Reprodução/Agência Brasil)
Agência Brasil
Publicado em 18 de junho de 2020 às 11h57.
Seis meses após defender o Brasil nas provas de florete na Olimpíada Rio 2016, a esgrimista Taís Rochel embarcou para a Austrália, em busca de um novo desafio: abraçar a carreira de técnica. Hoje, ela reside em Melbourne, onde comanda o time Blacklords Fencing Club e também integra a equipe de técnicos da seleção nacional australiana. Em entrevista à Agência Brasil, Rochel conta como encarou a mudança de profissão.
"As primeiras conversas aconteceram até um pouco antes da Olimpíada. Parte da equipe australiana treinava no mesmo clube que eu na Itália, o Frascati Scherma. Lá eu conheci um treinador australiano e ele me falou várias vezes que as portas estavam abertas para mim lá por lá. Mas as conversas pararam por ali. E, só depois dos Jogos, é que eu fui conversar sobre o assunto. Mas daí [conversei] com um clube chinês. E eu pensei, se até os chineses estão interessados no meu trabalho, de repente eu posso ter talento para ser técnica", recorda a esgrimista, que prefere competir com o florete. "No final de 2016, entrei em contato novamente com o australiano. Mas, naquele momento, ele me disse que não tinha vaga. Só que apenas duas semanas depois, mudou tudo. Ele me ligou, me chamou e eu fui", relatou.
E, logo depois dos primeiros meses vivendo na cidade de Melbourne (Austrália), ela tomou outra decisão importante. Trocou a carreira de atleta pela de treinadora de esgrima. "Eu até tinha pensado em continuar a jogar. Inclusive cogitei fazer esse ciclo olímpico estando aqui na Austrália. Mas como a ideia de me aposentar também estava passando pela minha cabeça, e como o trabalho de técnica me toma muito tempo, vi que era a hora de encerrar a minha carreira. Não consigo deixar os meus alunos para ir participar de uma competição. Me entreguei de corpo e alma", admite a brasileira.
Atualmente, Taís Rochel, de 36 anos, é técnica na equipe do Blacklords Fencing Club com alunos das mais variadas faixas etárias. "Tem garotos de três, quatro, cinco anos, até senhores de 65. Mas o principal público são os adolescentes. Garotada que começou a trabalhar comigo com uns oito, nove anos e hoje já são adolescentes. É uma faixa etária que assimila muito bem o que eu estou propon
Na Itália, Rochel treinou com Marco Ramacci, guru de campeões olímpicos como Daniele Garozzo, Arianna Errigo, Valerio Aspromonte, Ilaria Salvatori e outros grandes atletas. "Isso me ajudou demais. Acho que foi por isso que eu vim para cá e com certeza essa bagagem está me ajudando demais a criar o gosto pela esgrima aqui em Melbourne", comemora.
A partir do início deste ano, a paulistana passou a integrar também a equipe de técnicos da seleção nacional australiana de florete. "Fui para a Itália comandando as equipes masculinas e femininas juvenis. Depois, fui também para a Polônia junto com a equipe feminina de novos, mas para participar de uma etapa da Copa do Mundo Adulto. Lá, eu encontrei várias amigas da minha antiga equipe brasileira. Fazia muito tempo que eu não conversa com elas. Nenhuma delas tinha me visto como técnica. Foi estranho e muito legal ao mesmo tempo. Uma experiência diferente", recorda.
A pandemia do novo coronavírus (covid-19), que já causou a morte de mais de 400 mil pessoas ao redor do mundo, parece estar mais controlada na Oceania. A Austrália, com 25 milhões de habitantes, apresentou até hoje (17) 7.367 casos confirmados e 102 mortes causadas pela doença. Muita coisa, inclusive, já está voltando a funcionar por lá, segundo Rochel.
"Aqui em Melbourne, muita coisa já está praticamente normal. Inclusive, estou mudando de casa e tenho ido várias vezes ao shopping nos últimos dias. E está tudo bem lotado. É claro que tem regras de distanciamento, álcool em gel e tudo mais. Mas todas as lojas já estão abertas. Só o meu clube é que ainda não voltou. Deve retornar no [próximo] dia 22. As academias também continuam fechadas por aqui. Vão ser as últimas a abrir", finaliza a brasileira.
do. Tem vários deles que já são campeões em suas categorias em nível regional, nacional e até mesmo internacional", comemora a brasileira.