Filme Super 8, que estreia nesta sexta-feira: tudo bem se alguém te contar o final? (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 12 de agosto de 2011 às 17h30.
São Paulo - Se você fica bravo quando alguém adianta o fim de um filme ou revela como será o desfecho de um livro, não faça isso. Um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego mostra que spoilers podem aumentar a vontade de ver algo, mesmo para histórias de suspense e sinopses de filmes.
Depois de estudar três tipos de histórias -- irônicas, de mistério e literárias -- de autores como John Updike, Roald Dahl e Agatha Christie, foi descoberto que leitores preferem versões com um parágrafo de spoiler inserido na história. "Fiquei bem surpreso com os resultados", o pesquisador Nicholas Christenfeld disse em entrevista. "Como muitas pessoas, eu não vou para o fim do livro para ver quem morre ou o que acontece."
Para fazer o estudo, cada história foi lida por mais de 30 pessoas e apresentada em dois formatos -- na versão original e com um parágrafo contendo spoiler. Leitores dos três tipos de história preferiram as versões com spoiler.
"Os enredos são apenas desculpas para grandes histórias", Christenfeld explicou. "Todavia, eles são importantes, como um esqueleto ou um cabide. Você precisa apresentar ali as coisas que são essenciais, mas a sinopse sozinha não é algo crítico."
Christenfeld disse que em muitos casos um livro ou filme pode ser lido ou assistido novamente e ainda assim ser agradável. "Como um diretor de filme, seu trabalho não é chegar a conclusão de que o mordomo é o culpado. Uma única frase faria isto", disse.
Uma vez que os espectadores sabem o fim de um filme, eles podem querer assistir mais uma vez para ver coisas que tinham significado ou não tinham na primeira vez que assistiram.
Os pesquisadores disseram no estudo, que será publicado no jornal "Psychological Science", que descobriram que o sucesso do entretenimento não está apenas no suspense. "Histórias são um elemento universal da cultura humana, o esqueleto da bilionária indústria do entretenimento, e o meio pelo qual a religião e os valores da sociedade são transmitidos", escreveram no artigo.
Christenfeld e o co-autor Jonathan Leavitt acrescentaram que as descobertas podem significar que percepções comuns sobre o suspense podem estar erradas. "Talvez", eles dizem no estudo, "presentes de aniversário sejam melhores quando embrulhados em papel celofane, e anéis de noivado preferíveis quando não estão escondidos dentro de um chocolate."