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Estúdio da Índia ganha apoio da Netflix para desafiar Bollywood

Um pequeno estúdio digital ganhou fama na indústria cinematográfica mais frutífera do mundo

Ator de Bollywood, Salman Khan: indústria indiana pode ganhar concorrência da Netflix (REUTERS/Stringer/Reuters)

Ator de Bollywood, Salman Khan: indústria indiana pode ganhar concorrência da Netflix (REUTERS/Stringer/Reuters)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 31 de julho de 2019 às 14h50.

Um pequeno estúdio digital ganhou fama na indústria cinematográfica mais frutífera do mundo e conseguiu fundos de um famoso investidor do Vale do Silício depois de fechar um acordo para transmitir seu programa mais popular na Netflix.

O Pocket Aces levantou U$ 14,7 milhões com o Sequoia Capital, DSP Group, 3one4 Capital, entre outros investidores, para financiar conteúdo destinado a promover programas que ofereçam algo diferente das fórmulas banais de Bollywood. É uma das várias startups que se distanciam do senso comum para tentar atrair um crescente número pessoas que assistem a vídeos em dispositivos móveis. O Pocket Aces planeja usar os recursos para explorar conteúdo de jogos, fazer aquisições estratégicas e impulsionar a produção para 30 programas por ano em relação aos cerca de 12 atuais.

A Índia se tornou um campo de batalha para gigantes globais de streaming como Netflix, Amazon.com e Hotstar, controlada pela Walt Disney. Essas empresas são atraídas por um mercado que pode atingir 829 milhões de usuários de smartphones até 2022, em comparação com cerca de meio bilhão atualmente, segundo estimativas da Cisco Systems, muitos dos quais usam a Internet pela primeira vez e acessam conteúdo de entretenimento por meio de celulares.

Na semana passada, a Netflix reforçou a aposta e anunciou um dos programas de assinatura de streaming mais baratos do mundo: menos de US$ 3 por mês na Índia. Na segunda-feira, dois de seus principais rivais de streaming no mercado indiano - ALTBalaji e ZEE5 - anunciaram uma parceria para criar mais de 60 programas originais, compartilhar informações sobre o público e aumentar o número de assinantes.

O Pocket Aces, com uma equipe de 145 pessoas e sede em Mumbai, usa inteligência artificial e machine learning para testar gêneros, atores e tramas em pilotos antes de transformá-los em programas mais longos para plataformas de streaming, canais de redes sociais e seus próprios aplicativos. "Nossos programas acumulam 500 milhões de visualizações por mês, e nosso objetivo é atingir 1 bilhão de visualizações mensais até 2020", disse a cofundadora, Aditi Shrivastava.

O negócio foi concebido em conversas na universidade entre os cofundadores Anirudh Pandita, 34 anos, e Ashwin Suresh, 35. Depois de obter o diploma de engenharia pela Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, a dupla passou a trabalhar em Wall Street antes de fundar a empresa, em 2014. Shrivastava, ex-Goldman Sachs, agora casada com Suresh, chegou depois. O primeiro programa do Pocket Aces foi lançado em 2015.

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