(Ermenegildo Zegna/Divulgação)
Julia Storch
Publicado em 18 de junho de 2021 às 15h46.
Última atualização em 18 de junho de 2021 às 17h13.
As primeiras palavras que vêm à mente ao assistirmos, via Zoom, o preview exclusivo da coleção de verão 2022 da Ermenegildo Zegna são: leveza e funcionalidade. Conduzida pelo diretor criativo Alessandro Sartori diretamente do QG da marca em Milão, a apresentação é uma imersão no incansável processo de reformulação do vestuário masculino que o italiano se propôs a fazer nos últimos anos.
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O belo vídeo revelado hoje, na abertura da semana de moda local, ilustra a explicação prévia de Sartori ao equilibrar natureza e concreto, interior e exterior, restrições e liberdade. Com propostas extremamente casuais, longe da alfaiataria clássica que fez a fama da Zegna em tempos passados — ainda responsável por boas vendas, mas perdendo fôlego devido ao home office pandêmico e à casualização do uniforme de trabalho —, Sartori absorve as vontades e necessidades dos novos tempos e propõe unir conforto e simplicidade em roupas práticas, intercambiáveis, com máxima atenção aos materiais.
“A alfaiataria é a essência da Ermenegildo Zegna e o encontro com o workwear é uma evolução do nosso know-how. A expressão que prevalece nesta temporada é o ‘sem esforço’”, explica Sartori, enquanto discorre sobre as novas produções, apresentadas em clima de show-room pelos modelos.
Tecidos empapelados, couro com a espessura de uma lâmina de barbear, blends inéditos de diferentes materiais e, sobretudo, uma perspicaz proposta modular nas combinações são os destaques da coleção. A silhueta ampla e fluida privilegia as calças largas e elege a overshirt como a nova jaqueta. O blazer, que já tinha abandonado o forro para ganhar leveza nos dias mais quentes, agora flerta com o quimono e ganha efeito estonado, como o uniforme dos trabalhadores de fábricas, construído ora em um sofisticadíssimo mix de lã com linho e seda, ora em couro e náilon peso-pena.
Por baixo das “terceiras-peças”, saem as camisas e entram t-shirts e regatas. Parkas utilitárias com maxibolsos, macacões, camisas de mangas curtas com ares de pijama e um genial acabamento esmaltado nos tricôs, que confere aspecto metalizado às peças, fecham o repertório. Menção mais do que honrosa ao jacquard de algodão que forma um patchwork de padronagens clássicas do vestuário masculino, como o pied de poule, a espinha de peixe e o príncipe de Gales, em camisetas maximizadas e blazers casuais. Entre os acessórios, tome mais praticidade: bolsas leves e maleáveis, para dobrar e carregar como quiser, e os mocassins de couro superlight, solado de borracha e elástico no calcanhar, para usar com absolutamente qualquer produção.
A ideia de consumir menos e melhor, impulsionada pela pandemia, parece ter chegado para ficar. A Zegna, que desenvolve sua própria lã e é bastante consciente do ponto de vista ambiental, recupera tecidos de outras coleções e propõe diversas soluções para uma mesma calça, por exemplo, que pode servir de base para jaquetas, tricôs ou camisas, unidas pelas texturas ou pela cartela de cores esmaecida, formando “famílias”.
Tudo combina com tudo, dos shorts aos casacos, para otimizar o guarda-roupa. O novo uniforme masculino proposto por Alessandro Sartori é casualíssimo, descomplicado, fácil de vestir, acolhedor e sofisticado, não importa o ambiente em que você se encontre. Mas se puder ser ao ar livre, em um mundo iluminado e otimista, melhor.
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