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Ensaio para ritual da tocha olímpica tem sol e lágrimas

Uma das espectadoras da cerimônia avaliou que a Grécia está dando luz ao mundo, mas não está em paz devido às recentes turbulências econômicas e políticas


	Ensaio para ritual de passagem da tocha olímpica na Grécia: a chama passará por uma jornada de sete dias ao redor do país
 (REUTERS/Yannis Behrakis)

Ensaio para ritual de passagem da tocha olímpica na Grécia: a chama passará por uma jornada de sete dias ao redor do país (REUTERS/Yannis Behrakis)

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Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2013 às 16h44.

Antiga Olympia - Usando longos vestidos cor de creme, sacerdotisas rezaram para o deus grego Apolo neste sábado sob quentes raios de sol no local de nascimento das Olimpíadas antigas, no último ensaio com a chama que vai arder nos Jogos de Inverno de Sochi.

Entre as ruínas do templo dórico da deusa Hera, uma sacerdotisa, que na verdade era a atriz grega Ino Menegaki, acendeu a tocha enquanto os raios do sol ricocheteavam em um espelho côncavo.

Enquanto ela invocava Zeus para conceder paz à Terra, viu crescer um sentimento de orgulho misturado com desespero nos gregos que acompanhavam a cerimônia, que vêm assistido o país entrar e sair de problemas políticos nos últimos três anos, desde o início da crise econômica.

"Estamos passando luz e paz para o mundo inteiro, mas não estamos em paz", disse a aposentada Niki Spagourrou ao lado do neto e entre a multidão que ficou de pé na grama de uma colina olhando para o estádio onde os gregos competiram durante os jogos antigos.

O último turbilhão político da Grécia foi motivado pelo assassinato de um rapper anti-racismo, executado por um membro do partido de extrema direita Aurora Dourada. Houve protestos violentos ao redor do país.

"Ver a cerimônia me entristece. Me deixa orgulhosa, mas também me faz pensar que estamos dando tudo, estamos dando luz ao mundo, mas estamos cegos", disse Spagourrou, entre lágrimas.


O ensaio deste sábado terminou com a sacerdotisa entregando a chama e um ramo de oliveira ao primeiro portador da tocha, Ioannis Antoniou, 18 anos, que estava usando a sua roupa de esqui em temperaturas superiores a 25 graus Celsius.

Exceto por uma pequena falha --foram necessárias duas tentativas para a tocha acender--, o ensaio foi tranquilo será usada uma chama reserva caso o clima mude drasticamente na cerimônia oficial do próximo domingo.

No domingo, Antoniou, que espera competir nos jogos, vai correr com a chama até o monumento no qual o coração do fundador dos Jogos Olímpicos modernos, Pierre de Coubertin, está enterrado, antes de entregá-la para Alex Ovechkin, atleta russo de hóquei.

A chama passará por uma jornada de sete dias ao redor da Grécia, em regiões montanhosas no norte, antes de chegar a Moscou, em 6 de outubro. Será a maior jornada da tocha na história das Olimpíadas de Inverno. Ela vai passar pelas mãos de 14 mil portadores.

Ela será levada por mais de 65 mil quilômetros ao redor do país a pé, de trenó, em balões de ar quente e até em uma nave espacial, já que astronautas russos planejam levar uma tocha, não acesa, para um passeio de quatro dias pelo espaço em novembro.

Autoridades regionais declararam estado de emergência na área ao redor de Sochi por causa de enchentes e deslizamentos de terra, e a Rússia está sendo criticada por ativistas homossexuais por ter banido "propagandas gays" por meio de uma lei.

O presidente russo Vladimir Putin, no entanto, prometeu jogos "brilhantes", com a proposta de mostrar como a Rússia evoluiu desde o colapso da União Soviética, em 1991.

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