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Egito proíbe "Êxodo: Deuses e Reis" por distorcer a História

O país proibiu a exibição do filme por considerar que a passagem bíblica sobre o êxodo dos judeus "falsifica" a História

Filme "Êxodo: Deuses e Reis" em cartaz na cidade de Rabat: (Fadel Senna/AFP)

Filme "Êxodo: Deuses e Reis" em cartaz na cidade de Rabat: (Fadel Senna/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de dezembro de 2014 às 18h40.

Cairo - O Egito proibiu a exibição do filme "Êxodo: Deuses e Reis", por considerar que a passagem bíblica sobre o êxodo dos judeus, conduzidos por Moisés, "falsifica" a História, afirmou nesta sexta-feira o ministro egípcio da Cultura.

O épico "é um sionista por excelência", explicou à AFP o ministro, Gaber Asfur. "Apresenta a História do ponto de vista sionista e contém uma falsificação dos fatos históricos", acrescentou.

O britânico Ridley Scott, diretor do longa, "transforma Moisés e os judeus em construtores de pirâmides, o que contradiz fatos históricos comprovados", afirmou Asfur, destacando que a proibição foi recomendada por um comitê composto, em particular, por dois professores de História.

O filme retrata um Moisés agnóstico a princípio, criado como irmão do filho do faraó antes de ser rejeitado quando sua verdadeira identidade de filho de hebreus é descoberta. Ele foge para o deserto, mas decide, após o episódio sarça ardente, unir-se ao povo judeu, então escravo dos egípcios, para guiá-lo para a Terra Prometida.

O épico bíblico em 3D, que custou US$ 140 milhões, já tinha sido tirado de cartaz no Marrocos na quarta-feira. Os donos de salas de cinema receberam naquele país a visita de "delegações do Centro Cinematográfico Marroquino" que proibiram a exibição.

O filme suscitou uma polêmica no mundo árabe porque questiona um milagre reconhecido pelas três religiões monoteístas, o da travessia do Mar Vermelho por Moisés, que divide as águas com seu bastão para permitir a passagem dos judeus.

"No filme, Moisés exibe uma espada e não um bastão" e a divisão das águas é explicada pelo "fenômeno das marés", criticou o chefe do Conselho Supremo para a Cultura, Mohamed Afifi, membro do comitê que recomendou a proibição do longa.

O ministro da Cultura explicou que as autoridades não pediram a opinião da universidade Al Azhar, uma das instituições de maior prestígio do Islã sunita, que pode ser consultada antes de autorizar a exibição de uma obra no Egito, mas não tem o poder de decisão.

Al Azhar, que se opõe à personificação de figuras religiosas no cinema, considerou em março que a superprodução americana "Noé" contrariava o Islã porque mostrava a representação de um profeta.

O longa foi proibido nos cinemas egípcios, apesar da oposição do Ministério da Cultura.

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