oscar (AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2013 às 14h01.
Do choro descontrolado dos vencedores a surpreendentes discursos políticos, passando por momentos deselegantes e pessoas nuas no palco: o Oscar já viu de tudo e a cerimônia de domingo pode gerar novos momentos inesquecíveis.
Os organizadores da principal festa de Hollywood se preparam para novos episódios fora do roteiro, que irritam os telespectadores ou adiam a transmissão ao vivo, cuidadosamente preparada.
Mas são os eventos surpreendentes os que transformam o prêmio da Academia em um evento memorável.
Diante de uma audiência de bilhões de pessoas, a tentação de usar a oportunidade como uma plataforma de reivindicações políticas tem sido irresistível para vários vencedores, de Marlon Brando a Michael Moore.
Vaias invadiram o Kodak Theater em 2003, quando o cineasta Michael Moore lançou um ataque violento ao na época presidente George W. Bush por travar a guerra no Iraque.
Mas Moore estava apenas mantendo a tradição de transformar o palco da premiação em um púlpito político.
Indiscutivelmente, o exemplo mais famoso é de 1973, quando uma mulher vestida de índia e se autodenominando Sacheen Littlefeather se colocou perante o público para representar Marlon Brando pelo Oscar de Melhor Ator por "O Poderoso Chefão".
Littlefeather se recusou a receber a estatueta em nome de Marlon em protesto contra o tratamento dado pela indústria cinematográfica aos nativos americanos.
Quatro anos depois, Vanessa Redgrave tirou suspiros e vaias dos fiéis do Oscar quando agradeceu a Academia por honrá-la em "Julia", apesar "das ameaças de um pequeno grupo de criminosos sionistas".
A apresentadora da cerimônia, Paddy Chayefsky, criticou Redgrave: "estou cansada das pessoas que exploram os Academy Awards como forma de alavancar sua propaganda pessoal".
"Eu gostaria de sugerir à sra. Redgrave que sua premiação não foi um momento crucial na história, não exige uma proclamação e um simples "obrigado" teria bastado".
Algumas vezes, a escolha dos prêmios pode gerar controvérsias.
A decisão de dar ao diretor Elia Kazan, em 1999, um Oscar honorário pelo conjunto da obra dividiu as celebridades, com dezenas de astros recusando se levantar ou aplaudir, em protesto à decisão do cineasta de cooperar com as autoridades durante o macartismo.
Deixando um pouco de lado a política, a noite do Oscar também foi recheada por recordações únicas.
Em 1974, um homem completamente nu invadiu o palco enquanto o ator David Niven era o anfitrião, levando-o a ironizar: "A única risada que esse cara vai arrancar em sua vida é por se despir... e exibir suas miudezas."
Mais recentemente, o italiano Roberto Benigni saltou euforicamente para o banco de trás após ganhar o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro por "A Vida é Bela", em 1999 - no mesmo ano, Gwyneth Paltrow soluçou em seu discurso.
Mais tarde, em 2003, o ator Adrien Brody surpreendeu os espectadores e a estrela Halle Berry ao beijá-la apaixonadamente quando a atriz o entregou a estatueta de Melhor Ator, criando um dos momentos mais marcantes do Oscar.
A nota fora do roteiro ano passado ficou por conta do ator britânico Sacha Baron Cohen, que apareceu no tapete vermelho vestido como o personagem do filme "O Ditador", ignorando as advertências dos organizadores para que não atuasse desta maneira.
Com uma urna, que segundo o personagem continha as cinzas do falecido dirigente norte-coreano Kim Jong-Il, o polêmico comediante, fingindo um acidente, despejou as cinzas sobre o famoso apresentador de TV Ryan Seacrest.
Para este ano, alguns apostam que a presença do urso de pelúcia Ted deve ser censurada quando ele aparecer ao lado de seu criador, Seth MacFarlane, o apresentador da festa.
A cantora britânica Adele, que interpretará a canção tema de "Skyfall", pode colocar os produtores da festa em apuros por ter um histórico de comentários controversos.