Os advogados de Strauss-Kahn pediram o fechamento da ação civil argumentando que seu cliente naquela época tinha imunidade contra processos como diretor do FMI (©AFP / Miguel Medina/Arquivo)
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2012 às 16h09.
Nova York - O ex-chefe do FMI, Dominique Strauss-Kahn, enfrenta, nesta quarta-feira em Nova York, a abertura do processo civil por agressão sexual contra Nafissatou Diallo, camareira de um hotel, dois dias depois de ser indiciado por "proxenetismo agravado por formação de quadrilha".
A primeira audiência do caso, será feita no tribunal do Bronx (norte de Nova York) e presidida pelo magistrado Douglas McKeon.
Nem Strauss-Kahn nem Diallo são obrigados a assistir à audiência, cujo início está previsto para as 14h00 locais (15h00 no horário de Brasília).
Diallo denunciou Strauss Kahn por agressão sexual em um quarto do hotel Sofitel da Times Square em 14 de maio de 2011, provocando a prisão do ex-diretor geral do FMI e um escândalo internacional.
Ainda que os promotores de Manhattan tenham derrubado as acusações penais devido à inconsistência das declarações da camareira do hotel, o processo na justiça civil poderá terminar a seu favor, uma situação já vista nos Estados Unidos.
Os advogados de Strauss-Kahn pediram o fechamento da ação civil argumentando que seu cliente naquela época tinha imunidade contra processos como diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Mas o juiz McKeon indicou que dará a cada uma das partes "a oportunidade de defender seus argumentos", antes de revelar sua decisão nas semanas seguintes.
Se a justiça decidir que Strauss-Kahn não pode ser processado, "será o fim do caso", de acordo com suas palavras.
Se, por outro lado, o juiz aceitar os argumentos dos advogados de Nafissatou Diallo, segundo os quais DSK (como é conhecido na França) não tem imunidade diplomática, um grande processo será iniciado.
A abertura do julgamento civil em Nova York se deu logo após de Strauss-Kahn ser indiciado na segunda-feira na França por "proxenetismo agravado por formação de quadrilha" pelos juízes encarregados do chamado caso do hotel Carlton, em Lille (norte).
Strauss-Kahn foi deixado em liberdade sob controle judicial. Seu advogado Henri Leclerc disse que "as infrações atribuídas a DSK são inexistentes".
Os magistrados responsáveis pelo caso Carlton de Lille vão determinar se Strauss-Kahn sabia ou não que as participantes das festas em que esteve presente eram prostitutas.