O filme também é uma introspecção na própria alma do Brasil, que se revela como ''guerreira'' e ''indômita'', opinou o diretor, que também é músico (Creative Commons)
Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2012 às 20h40.
Lisboa - Os talentosos e invisíveis artistas de rua do Rio de Janeiro estão retratados em ''O Maestro das Ruas, Um Mergulho na Alma Brasileira'', um documentário apresentado em Lisboa que reivindica o espírito ''guerreiro'' do povo brasileiro.
Seu diretor, Dudu Fagundes, capta em 70 minutos as composições originais de mais de 150 músicos que exibem seu talento numa calçada em frente à Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Lapa, onde fundem estilos como samba e forró com ritmos estrangeiros.
''É um registro histórico de artistas desconhecidos que formam a cultura brasileira e que de outra forma não seriam conhecidos'', comentou à Efe Fagundes, cuja obra foi exibida na seção musical do Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa (Festin).
O filme também é uma introspecção na própria alma do Brasil, que se revela como ''guerreira'' e ''indômita'', opinou o diretor, que também é músico.
''Não adianta nada chegar ao mais alto nível da economia mundial se não se valoriza os artistas do povo, os invisíveis'', declarou.
A produção, acompanhada pelas notas do músico carioca Silvio Carvalho, nasceu de uma ideia do próprio Fagundes, que, no meio de dificuldades financeiras, decidiu nos anos 1990 escrever as partituras de centenas de artistas de rua e em seguida estudar cinema para levar o projeto à grande tela.
Desde o último dia 9 de maio e até amanhã, a terceira edição do Festin projeta 76 filmes com o objetivo de promover a cultura dos países de língua portuguesa como Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Neste ano, o evento homenageia o cinema brasileiro com retrospectivas sobre o diretor argentino radicado no Brasil, Héctor Babenco, e o ator Jardel Filho.